A cidade se ressente do respeito e o fato pode ser confirmado nas cercanias do córrego Caveirinha, em cujas margens está sendo construído um gigantesco shopping. A primeira vítima foi o curso d’água, a atual está sendo uma praça vizinha, que a prefeitura está destruindo para servir aos interesses do centro de compras. Paulo Garcia foi reeleito no primeiro turno, tem chances de ser candidato a governador de Goiás, pode ganhar mais essa disputa. Porém, inicialmente, precisa livrar Goiânia desse sufoco.

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Goiânia não respira mais. É poluição visual, sonora, do ar, dos rios. As pequenas praças foram doadas a pit-dogs e feiras. Até redes de restaurantes a prefeitura aceita que se instalem nas calçadas. Sem contar as banquinhas de camelôs milionários que saem de Brasília para tomar conta da Rua 44. Lavadores e vigiadores de carro conseguem ser piores tormentos para o motorista que a bagunça no trânsito. O transporte coletivo da Grande Goiânia é tipificado nas leis como tortura, os currais são campos de concentração nazistas, os ônibus são fétidos e atrasados. Enfim, há muita coisa para Paulo Garcia arrumar. Felizmente, são coisas fáceis, para as quais basta querer, basta a decisão de fazer.

Não se quer que a prefeitura resolva todo problema até o início de abril, quando Paulo sair para se candidatar a governador. O que se almeja é o início das políticas públicas contra as mazelas. Se o prefeito partir para cima dos poluidores, que são sobretudo empreiteiras de fora de Goiás, manterá o respeito da população porque estará respeitando a cidade. Este é o fato: Paulo voltará a reunir a Capital em torno de suas decisões, mas precisa tomá-las. E deve ter início com um chega-prá-lá nos criminosos do urbanismo.

É inútil esperar pelas demais autoridades que deveriam defender o meio ambiente. Só nos resta o Paulo Garcia, o prefeito que a cidade reelegeu para cuidar do desenvolvimento sustentável. A sociedade confia em seu prefeito, ainda acredita no Paulo Garcia da sustentabilidade. Por ela crer, o córrego Caveirinha não pode ser o marco entre a Goiânia que aguarda e o cadáver de cidade que se cansou de esperar.