No dia 30 de dezembro o Goiás Esporte Clube vai eleger o seu próximo presidente, a pessoa que ficará por três anos à frente da diretoria executiva do Goiás. Até o momento as chapas não foram registradas, mas dois grupos demonstram interesse em participar do pleito que definirá o sucessor de Marcelo Almeida.

Um é chamado de ‘União Esmeraldina’, desponta como oposição à atual gestão e tem como principal nome Vanderlan Alcântara para o cargo de presidente executivo. O outro grupo é encabeçado por Paulo Rogério Pinheiro, filho de Hailé Pinheiro, e que é candidato à presidência executiva pela chapa ‘Nova Gestão’.

Apesar de ser considerado um candidato de situação, Paulo Rogério Pinheiro afirmou veementemente que não concorda com a forma como o clube esmeraldino foi gerido nos últimos anos. Em entrevista à Rádio Bandeirantes 820, o empresário se colocou como oposição ao modus operandi da última gestão.

“Eu sou candidato da situação política, as pessoas que estão vindo comigo são pessoas novas. Oposição administrativa, lógico que sou. O que foi feito com o Goiás nos últimos três anos é um absurdo. É muito fácil sair criticando, não vou criticar o Marcelo almeida, mas sou oposição e as minhas ideias de gestão administrativa, financeira e de base não comungam com as ideias dele. Não posso concordar que, por exemplo, que um vice de futebol não vá assistir nenhum jogo da base em um ano, enquanto eu fui em todos e o presidente do Conselho, com 84 anos, também foi. Eu não critico as pessoas, mas critico os modus operandi. Não concordo de maneira alguma com a forma que o Goiás foi gerido nesses anos”, afirmou.

Contrário às diretrizes dos últimos dirigentes, Paulo Rogério Pinheiro revelou quais são os pilares da sua filosofia de gestão caso seja eleito no final deste mês.

“Eu bati em cinco pilares. Primeiro que a gestão do clube tem que ser toda consertada, o Goiás é uma empresa inchada, paga salários acima da média para muitos setores, pouco produtivo, uma visão pequena do futuro. Outro pilar é a ousadia porque o Goiás não é ousado, quando entra em um campeonato que não seja o Goiano, fala que vai participar e isso eu não aceito. Nós temos sempre que vencer, nosso primeiro passo é vencer. Hoje quando temos essa visão de ousadia, os resultados até vem”, explicou.

“O Goiás perdeu a identidade porque você fica muito na série A, muito na série B, nunca teve um marketing muito produtivo a não ser na época do (João) Grego que o Goiás teve uma melhora muito grande, mas com pouco tempo ‘cortaram as pernas dele’. O nosso torcedor está perdendo o amor pelo clube porque isso é reflexo de dentro do campo. O Goiás tem que sonhar, sonhar grande, e hoje ninguém sonha mais no Goiás e fazem essas gestões catastróficas que foram feitas, isso tudo precisa ser mudado. Minha filosofia são cinco pilares: gestão, ousadia, identidade, amor e sonhos”, completou o candidato.

Se eleito, Paulo Rogério tem a consciência de que terá um grande desafio nos próximos anos. Confirmando a queda para a Série B, os problemas serão potencializados. Por isso, em sua gestão, uma das prioridades será cortar gastos e fazer uma ampla reforma no atual modelo administrativo da agremiação.

“Vou ter grandes dificuldades devido a questão financeira catastrófica do clube. O Goiás hoje é uma bomba atômica por dia que está explodindo lá dentro. E olha que eu não estou nem participando 100% da gestão interna do clube, estou muito ligado ao futebol e apagando incêndio onde tem que ser apagado, mas sem dinheiro não conseguimos. Estou com muitos funcionários com contrato suspensos que voltam a trabalhar em janeiro e eu não posso abrir as escolinhas. É muito problema. Infelizmente tenho que mandar embora e pagar o fim de contrato deles até fevereiro. O Goiás não tinha planejamento nem para seis meses para frente”, destacou Paulo Rogério Pinheiro.

Foco no futebol

Aliada a revitalização na gestão do Goiás, o filho do presidente do Conselho Deliberativo, também quer dar prioridade ao futebol. Em entrevista à Rádio Bandeirantes 820, ele frisou que dará uma atenção especial às contratações e detalhou o perfil que pretende trazer para reforçar a equipe durante sua gestão.

“O Goiás não é atacadista para contratar por atacado. É absurdo contratar jogar para compor elenco. Você contrata para jogar, para compor elenco você vai na base. Jogador para chegar no Goiás e serem contratados, Harlei e (Marcelo) Segurado terão de provar por A mais B que ele tem condição de ser titular, não tem condição de sair contratando para ver se dar certo jogador de 40, 50, 100, 200, 250 mil reais, isso não vai existir no Goiás comigo. Jogador de 30 anos vai ser mais difícil ainda assinar um contrato. Jogadores com salários mais altos tem que pegar a camisa e jogar. Na Série A o nível de contratação será um, na B será outro. Precisamos ser muito responsáveis com o futebol”, disse.