Segundo a pesquisadora Alessandra Matte, o conjunto de práticas e processos agropecuários, conhecido como Pecuária Regenerativa, pode recuperar 59,6% do solo degradado do país. A prática ajuda a recuperação da biodiversidade e melhora os sistemas de produção alimentar deixando eles mais sustentáveis.

“A recuperação de solos, armazenamento de água e conservação da sociobiodiversidade compõem um conjunto de serviços ecossistêmicos que a pecuária regenerativa pode promover”, disse.

A regeneração do solo gera consequências positivas em cadeia, e em longo prazo. “Isso porque, com resultados zootécnicos mais eficientes, há aumento da produtividade e oportunidade de melhores rendimentos para as famílias produtoras. Não apenas pela renda advinda, mas também pela continuidade de uma atividade produtiva tradicional”, explicou Matte.

Regeneração dos biomas

A prática da Pecuária Regenerativa gera inúmeros benefícios ao solo e à produção. De acordo com a pesquisadora, o modelo é capaz de beneficiar cinco dos seis biomas brasileiros, através do cultivo sustentável. 

“Trata-se de um modelo de criação pecuária com potencial, não apenas para o Brasil, mas para a América Latina e o Caribe. O Brasil possui seis biomas fantásticos em diversidades de fauna e flora. O bioma que ficaria fora dessa atividade seria o bioma Amazônia, uma vez que suas aptidões têm relação direta com a floresta em pé,” disse.

Isso significa que se o país adotasse a pecuária regenerativa, a produção pecuária,com as práticas e processos agropecuários do modelo, seria capaz de recuperar os solos e restaurar sua biodiversidade ao mesmo tempo em que recupera os sistemas de produção alimentar e se desenvolve economicamente de maneira mais sustentável.

*Com Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.

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