Uma pesquisa elaborada com a participação do Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) em parceria com a Associação Nacional de Fibromiálgicos e Doenças Correlacionadas (Anfibro), mensurou a correlação entre a dor crônica e o aumento da violência doméstica contra as mulheres.

Em entrevista ao programa Tom Maior da SagresTV, a coordenadora do Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública do Estado de Goiás, Gabriela Hamdan, ressalta como esse tipo de violência atinge mulheres que têm dor crônica.

O levantamento, feito a partir de um questionário virtual, contou com a colaboração de 386 mulheres de diversas partes do País e apontou, por exemplo, que quase 85% das participantes têm a percepção de que sofre mais discriminação no ambiente doméstico e familiar do que uma mulher sem dor crônica.

“A pessoa que sofre de dor crônica, tem uma vulnerabilidade maior do que uma pessoa que não tem. Por exemplo, a pessoa que possui fibromialgia, quando está em crise, não consegue fazer atividades simples. As atividades do dia-a-dia se tornam pesadas para quem tem dor crônica”, afirma.

Das 386 entrevistadas, apenas 15,3% responderam que não percebem sofrer mais discriminação no ambiente familiar ou doméstico do que mulheres sem dor crônica. Quase metade das participantes (49,6%) afirmou já ter sofrido algum tipo de violência, em razão dessa dor.

Questionadas sobre o tipo de violência sofrida, com a possibilidade de múltipla escolha, 94% disseram que sofreram violência moral ou psicológica. Além disso, 17% apontaram violência sexual, 11,7% afirmaram que foram vítimas de violência física e 10,2% sofreram violência patrimonial.

“A partir dessa identificação a gente pode trabalhar com campanhas educativas, esclarecendo sobre a violência contra a mulher e, também, sobre a questão da dor crônica da fibromialgia, dando visibilidade para essas mulheres”, esclarece Gabriela Hamdan e, finaliza pedindo respeito.

“Nós não queremos a dor das pessoas, não queremos a dor da sociedade, dos nossos companheiros. A gente quer ser tratada com respeito, basta isso, basta que as pessoas nos conheçam, saibam das nossas limitações e nos respeitem”, conclui.

Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #90