Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) mostra que 30% da água consumida por comunidades rurais de Goiás está contaminada. O estudo foi realizado pelo Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG. Nesse sentido, o estudo englobou a água consumida por 23 comunidades do estado, e constatou risco para doenças gastroinstestinais, como rotavírus, adenovírus humano e enterovírus.

Ainda segundo a pesquisa, águas em fontes subterrâneas apresentaram o maior nível de contaminação.

Procedimentos

A pesquisa faz parte do Laboratório de Biotecnologia de Microrganismos (LBMic), que integra o Projeto SanRural,ligado ao Ministério da Saúde. Para a análise da água consumida pelas comunidades, o projeto coletou 1600 amostras vinda de poço tubular raso, poço tubular profundo, poço raso escavado e nascente, manaciais superficiais e água da chuva armazenada.

Nesse sentido, o rotavírus, doença diarréica aguda causada por um vírus, foi o vírus predominante nas fontes subterrâneas. Já nas amostras de nascentes, foi possível identificar uma porcentagem de 11,8% de adenovírus humano.

“Esses resultados revelam que a população analisada está vulnerável a doenças de veiculação hídrica”, afirmou a pesquisadora Graziela Bordoni, uma das responsáveis pelo estudo.

Fontes subterrâneas

“Infelizmente as hipóteses não se confirmaram. Esperávamos que não haveria contaminação, principalmente de poços tubulares”, ressalta Bordoni. Isso porque inicialmente, os pesquisadores esperavam que as águas de fontes mais subterrâneas estariam menos contaminadas.

No entanto, a pesquisa constantou que as fontes subterrâneas apresentam maior nível de contaminação do que as fontes mais superficiais.

O estudo também analisou a qualidade da água armazenada em cisternas, decorrentes da chuva.

Sequência

O projeto continuará analisando mais amostras de outras comunidades rurais no estado. Segundo informações divulgadas pela UFG, também envolve alunos da graduação de Enfermagem e Engenharia Ambiental. Nesse sentido, o projeto pretende alcançar o número de 44 comunidades analisadas.

Segundo Graziela Bordoni, ainda é preciso debater conceitos ligados a vulnerabilidade sanitária, persistente em comunidades rurais tradicionais, como ribeirinhas, quilombolas e assentamentos.

“Nossa expectativa é que o governo, a partir desses dados, comece a gerenciar um retorno para a melhoria da qualidade de vida e água dessas comunidades”, afirmou a orientadora do estudo, Lilian Carneiro.

Com informações da Universidade Federal de Goiás (UFG)

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 6 – Água potável e Saneamento.

Leia mais: