Passada a agonia e êxtase das eleições, fica mais fácil falar sobre as pesquisas, os institutos e os candidatos que vivem de fé, mais que de voto.
Mas nada de entrar no mérito dos erros e acertos. Esse é um assunto em andamento, para longo debate.
A deixa é a notícia de que o PT contratou levantamento nacional para identificar as razões do ódio acumulado ao partido. O que tem a ver com a profissionalização das campanhas.
O PT ganhou, com a reeleição da presidente Dilma. Mas não se acomodou. Parece ter percebido que a disputa de 2014 foi tão difícil que acende a luz para 2018.
A oposição percebeu. Não é à toa que mantém aceso o clima de campanha; que não dá trégua aos petistas; que se comporta como se a eleição fosse daqui a poucos dias.
Nesse caso, ou o PT se reposiciona, ou sofre as consequências.
A pesquisa certamente é apenas um dos movimentos nesse reposicionamento. Mas importantíssimo, porque antecede a reação, permite formular a estratégia.
Em Goiás, as campanhas geralmente são feitas com base na intuição. O único que contraria essa regra é o que tem ganhado todas: o governador Marconi Perillo (PSDB).
E este ano, além de se guiar pelos números, cuidou de se acercar de vários institutos que divulgavam dados na imprensa em momentos cruciais.
Agora, com o campo aberto para 2016 – já que Marconi não será candidato –, o que se vê é o debate voltar a ser conduzido pelas avaliações intuitivas.
Ou seja: num cenário em que ninguém é favorito, todos – governistas, inclusive – fazem planos em cima de achismos e avaliações aleatórias.
Profissionalismo zero.
Assim, se repetem: são marqueteiros de si mesmos, da mesma forma que são técnicos infalíveis de futebol e comentaristas inquestionáveis de economia.
O PMDB sonha, mas o que sabe mesmo da realidade goiana para propor-se como alternativa? O PSD faz planos, mas sabe o que está fazendo, ou tem apenas um sonho de poder na cabeça?
O PTB quer muita coisa, mas vai repetir os erros da recente disputa em Goiânia? Ronaldo Caiado e seu DEM ajustam a mira, mas vão apontar no rumo certo? O PT se agita com medo de perder a prefeitura de Goiânia, mas sabe o que precisa corrigir?
Há muitos candidatos a prefeito de Goiânia na praça, e outros tantos a governador, todos cheios de razão. Natural. Só estão vazios de profissionalismo.
O futuro político de Goiás começa assim: fecha o olho, respira fundo e seja o que Deus quiser!