É sabido que o consumo de sal em excesso traz riscos para saúde. Por essa razão, o tempero deve ser moderado. A tecnologia, no entanto, pode ajudar nessa tarefa. A ferramenta poderia, inclusive, reduzir os casos de pressão alta no país.

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Uma pesquisa de doutorado da Faculdade de Enfermagem (Fenf) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) propôs solução simples e acessível pafra reduzir o consumo de sal. Trata-se, porém, de um aplicativo de celular: o “Sal na Medida”.

O app contabiliza a quantidade de sal a se utilizar no preparo das refeições. A pesquisa teve desenvolvimento da pesquisadora Milena Perin sob orientação da professora Marília Cornélio. Ao todo, 43 participantes, entre 20 e 59 anos, testaram a ferramenta.

“Essa foi uma intervenção de longo prazo, que facilitou a criação de novos hábitos. O consumo de sal realmente diminuiu e parte das pessoas acompanhadas queria continuar usando o aplicativo, por ter percebido a diferença que o recurso fez”, aponta a pesquisadora. “[O processo] envolveu toda a família. Todos acabavam se beneficiando”, recorda.

Queda no consumo

De acordo com a pesquisa, o consumo de sal caiu de 4,6 gramas por dia, no início do trabalho, para 3,5 gramas. Além disso, 67% dos participantes demonstraram disposição em continuar reduzindo a ingestão do tempero no dia a dia.

Ademais, conforme a autora do estudo, a mudança de comportamento também ocorreu na disposição e no autoconhecimento dos voluntários. Ao final da pesquisa, todavia, 93% diziam consumir no máximo 3 gramas de sal adicionado, contra 53% no início.

Questão de hábito

O alerta para a necessidade de intervenção junto aos moradores de Artur Nogueira, cidade onde Perin trabalha, veio primeiramente durante o mestrado. À época, entretanto, ela realizou uma pesquisa com 517 habitantes e constatou um consumo médio de 10,5 gramas de sal por dia entre os indivíduos, bem acima do recomendado pela Oorganização Mundial de Saúde (OMS).

“O consumo de sal é um destaque nas diretrizes voltadas à saúde da população, em particular, nas de cardiologia”, explica a orientadora Marília Cornélio.

Além disso, os usuários também acessaram conteúdos informativos como vídeos de orientação sobre como medir o sal e receitas para substituí-lo.

Exemplo internacional

A pesquisa, contudo, se baseou no modelo Roda de Mudança de Comportamento (BWC – Behavior Change Wheel, em inglês). A metodologia possui bastante difusão no Reino Unido, sobretudo entre profissionais da saúde. Ela oferece subsídios e abordagens para compreender as motivações das pessoas e para identificar padrões de comportamento, de maneira que mudanças possam ser implementadas.

A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O levantamento, porém, ocorreu entre outubro de 2021 e agosto de 2022.

Com informações do Jornal da Unicamp

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