Na última segunda-feira (16), aconteceu o quarto webinário da consulta pública conduzida pelo MEC. Desde o mês de março, o Ministério está ouvindo alunos, professores, gestores e pesquisadores do campo educacional. Nesse sentido, o objetivo é construir novas propostas para o futuro e reavaliação da Política Nacional do Ensino Médio.

No último webinário, transmitido ao vivo pelas plataformas oficiais do Ministério da Educação (MEC), o futuro da etapa foi debatido por professores e representantes de entidades e organizações ligadas à educação no país.

Novos discursos

“O que nós já fizemos no velho e que já deixamos de fazer, mas que já está obsoleto?”, afirmou a representante do Conselho Nacional de Articulação de Quilombo (Conaq), Givania Maria da Silva.

Para ela, é preciso que se pense em novas formas de abordagens de temáticas nas salas de aula. Desse modo, os conteúdosm propostos se tornam instrumentos para o comabte da permanência de desigualdades.

“É preciso que a educação fale de abolição, escravatura, mas que também traga outras perspectivas, mostrar que também houve luta e resistência”, declarou.

Segundo Givania, é importante que se pense em maneiras de assegurar o acesso à educação de qualidade, sobretudo para populações menos favorecidas.

“Apenas 2% desses quilombos possuem o Ensino Médio em seus territórios”, pontuou.

Condições para professores

“É preciso reformar o Ensino Médio para que os trabalhadores da educação tenham uma carreira e uma remuneração digna. Além disso, que possam ter o regime da dedicação exclusiva”, afirmou o professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), José Fernandes de Lima.
Em outro momento, ele destacou que o modelo para o futuro do Ensino Médio deve priorizar que professores possam se dedicar a lecionar aulas em apenas uma escola. Dessa forma, propor condições para melhores planejamentos e para a valorização do trabalho docente.

“É urgente reformar o Ensino Médio brasileiro. Assim, para que as escolas e professores, além dos demais trabalhadores da Educação, conheçam efetivamente as diferentes juventudes que passam diariamente por essas escolas. E que possam dialogar com elas”, destacou.

Segundo a presidente do Conselho do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec-SP), Anna Helena Altenfelder, as condições para a valorização e formação de professores não podem estar ausentes do debate sobre o novo Ensino Médio.

Consulta Pública

O 4° webinário faz parte da série de atividades, grupos de debates e seminários conduzidos pelo Ministério da Educação (MEC) para a reestruturação do Ensino Médio no país.

De acordo com agenda divulgada pelo MEC, os próximos webinários estão previstos para os dias 22 e 29 de maio, e 1º e 5 de junho. Além disso, toda a programação será transmitida no canal oficial do Ministério.

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