Sagres em OFF
Rubens Salomão

Planalto busca derrota de Rodrigo Maia para confirmar DEM na base bolsonarista

O grupo liderado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e pelo ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, trabalha em consonância com o Palácio do Planalto em busca de fortalecimento interno no partido a partir da possível derrota de Rodrigo Maia na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados.

Os governistas no DEM têm defendido, desde o início do governo, uma declaração oficial como base do presidente Jair Bolsonaro, mas as tentativas têm sido barradas pelo presidente nacional da sigla, ACM Neto, e pelo próprio Maia, que defende posição de independência.

Avaliação agora é que o nome de Arthur Lira (PP/AL) assume favoritismo na disputa, depois da decisão do STF que impede reeleição de Rodrigo Maia, que ainda não apresentou seu candidato oficial para a eleição interna, em fevereiro. Sem Maia para “atrapalhar”, ganharia força o grupo de Onyx, da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e de Caiado.

O ministro Onyx, quando estava na Casa Civil, já disse sonhar com a filiação de Bolsonaro ao partido para disputar a reeleição em 2022.  A esse bloco governista se somaria o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), que tenta o apoio de Bolsonaro para eleger seu sucessor e que pode virar ministro numa reforma ministerial depois das eleições do Congresso. O candidato de Davi é o líder do DEM no Senado, Rodrigo Pacheco (MG).

 

Causa própria

Há, no entanto, quem avalie que Onyx trabalhe para entrada oficial do DEM na base bolsonarista com o real objetivo de se preservar na reforma ministerial. A cadeira do ministro é cobiçada pelo Centrão, que espera sua troca após a escolha do novo presidente da Câmara. Os partidos que apoiam Lira (PP, PL, PSD e outros) defendem uma redistribuição de poder na Esplanada e querem ampliar seu espaço no governo.

Primeiro aqui

Como antecipado aqui, o presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota) está convencido de que não deve pautar o projeto que aumenta salários de vereadores, prefeito, vice e secretários municipais. A Câmara passa nesta semana a realizar sessões de segunda a sexta.

Alternativa

A solução seria a apresentação de pedido de inversão da pauta, mas falta apoio interno, já que o documento tem de ser assinado por 12 vereadores. Além disso, falta argumento para defender a medida, diante do cenário de crise na pandemia e do fato de que os parlamentares têm tido, desde 2012, o reajuste inflacionário.

No vermelho

Deputados estaduais devem votar nesta semana projeto do governo que prevê socorro a empresas de economia mista que passam por dificuldades financeiras em decorrência da pandemia. As beneficiadas seriam a Agência Goiana de Habitação (Agehab), Goiás Telecomunicações (GoiásTelecom), Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego) e Metrobus.

A definir

O valor a ser concedido pelo governo de Goiás ainda será previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021. Se aprovado, o socorro será destinado à cobertura de déficits de manutenção das estatais. O pagamento será mensal, com base na apresentação de gastos à Secretaria de Estado da Economia e Secretaria de Estado da Administração.

Economia

A Valec obteve autorização do IBAMA em setembro e deve iniciar em 2021 a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), entre Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT). O trecho de 383 km vai interligar o Vale do Araguaia com a Ferrovia Norte-Sul, favorecendo o escoamento da safra aos portos de Santos (SP), de Itaqui (MA) e, no futuro, de Ilhéus.

Expansão

A partir da nova Ferrovia, já são adiantados os projetos de construção de plantas de etanol de milho (integradas ou não a usinas de cana) para investidores que exploram fronteiras ainda não contempladas pela expansão do segmento. Entre as regiões com potencial para novos empreendimentos estão a bacia do Rio Araguaia, entre Mato Grosso do Sul e o sul de Mato Grosso, e o Paraná.

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