Duas escolas goianas, os Colégios Cope e Prevest, estão entre os 50 grupos premiados no desafio Criativos da Escola 2020, que promove a inclusão de pessoas surdas nas atividades on-line. O objetivo do desafio é sanar um problema causado pela pandemia de Covid-19 e a necessidade do ensino remoto.

Entre os projetos premiados está a plataforma “Access”, que ajuda alunos com deficiência auditiva a lerem o que é dito pelos professores nas aulas remotas.

“Foi um grande desafio porque a gente sabia das dificuldades dos estudantes como a Ana e o Luca estavam vivendo todos os dias, esse desafio que é ter que fazer aula on-line e lidar com as suas angústias e todo o momento que a gente está vivendo. Então, pela primeira vez, a gente não mais pediu projetos finalizados, mas planos de ação que os estudantes pudessem enviar para a gente. A gente recebeu planos de 23 estados, 249 ações, ideias, propostas de intervenção criadas por todo o Brasil. O projeto Access é uma dessas iniciativas”, explica o coordenador do programa Criativos da Escola do Instituto Alana, Gabriel Salgado.

A ideia da plataforma “Access” surgiu com a estudante Ana Gabriela Quintero, de 17 anos. Ela conta que viu a necessidade de serem colocadas legendas nas plataformas de ensino à distância, de modo a democratizar o acesso aos estudos para alunos com deficiência auditiva, com o exemplo de uma estudante de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

“Ela falava de uma angústia que não estava conseguindo aprender porque a plataforma em si não tinha acessibilidade. Com isso eu fiquei pensando, eu que sou ouvinte estou achando difícil as aulas on-line, e pensei como poder ajudar. Comecei a pensar na questão das legendas e conversei com alguém que sabe muito de tecnologia”, relata.

Esse alguém é o Luca Moreira. Ele conta que criou um site para o qual os alunos com deficiência auditiva enviam o vídeo da aula desejada e conseguem ler o que está sendo dito pelo professor.

“No momento em que ele envia o vídeo para o nosso site, o algoritmo que a gente desenvolveu vai captar o áudio do vídeo e vai transformar esse áudio, por meio de uma inteligência artificial, para texto”, afirma.

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Confira a entrevista na íntegra a seguir no STM #166