O Atlético anunciou que pretende renovar os contratos do zagueiro Gilvan, do meia Chico e do atacante Wellington Rato até o final do próximo ano, e o Atlético está certo. Gilvan tem história no Clube, exerce uma liderança saudável dentro do grupo e não há nenhuma justificativa para ele estar na reserva no time atleticano neste momento. Além de ótimo jogador é também ótimo caráter.

O sul-coreano Chico chegou para disputar uma vaga na meia de armação da equipe. Na época o titular era Jorginho, com quem o ex-técnico Vagner Mancini fez a “gata parir”, agindo de forma que o jogador só ficaria no Clube se não tivesse vergonha na cara e Jorginho demonstrou ter. Disse que não jogaria mais no Atlético.

Os direitos federativos do jogador pertenciam ao Clube – a multa rescisória era de 20 milhões de reais. Sabendo que se o jogador fosse na justiça trabalhista e contasse o assédio moral que sofreu por parte do treinador, ganharia a liberação, o Atlético aceitou negociar 50% dos direitos com o Athletico Paranaense, por valor bem inferior para não perder tudo.

Este foi o custo da curta passagem do Vagner Mancini pelo Dragão. Isto tudo aconteceu porque Vagner Mancini queria fazer do Éverton Felipe o camisa 10 do seu time e precisava limpar a área expurgando Jorginho. A diretoria foi ingênua e preferiu prestigiar o treinador ao jogador com história no Clube e deu no que deu: Éverton Felipe até hoje não deu conta de jogar uma partida em nível pelo menos razoável no Atlético e Vagner Mancini deixou o time na mão, antes da metade da competição, na primeira proposta que recebeu e foi para o Corinthians. Até hoje não descobri porque o Mancini queria que o Éverton Felipe fosse titular e acredito que vou morrer sem descobrir.

Com a saída de Jorginho e a ausência de condição técnica do Éverton Felipe, Chico acabou titular e aproveitou a oportunidade com toda determinação possível. Em poucos jogos se tornou peça fundamental no time e provou que tem futebol para definir jogos, principalmente quando o adversário é mais qualificado.

Wellington Rato foi mais um dos achados do presidente Adson Batista. Jogador estava na Ferroviária, disputando a Série C. O Atlético vinha monitorando o jogador há algum tempo e quando soube que a multa rescisória do atleta era de 10 mil reais, a diretoria pagou imediatamente e trouxe Wellington Rato.

Naturalmente um jogador que faz a diferença na Série C, necessariamente não jogará o mesmo futebol na Série A. É preciso ter personalidade e confiança no futebol que joga e Wellington provou que tem as duas coisas. Entrou em dois jogos e já mostrou que estava pronto para ser titular.

No primeiro jogo como titular, contra o Fluminense, fez a diferença: ganhou todas as premiações como o melhor jogador em campo e marcou um dos gols da vitória atleticana por 2 x 1. Jogador de técnica muito apurada, comportamento exemplar fora de campo e com muita vontade alçar vôos maiores na carreira.

A diretoria atleticana está certa e se renovar com os três jogadores, já tendo contrato para 2021 com o Oliveira, Marlon Freitas, William Maranhão, Zé Roberto e Kozlinski, a base já está pronta. É aguardar para ver quem mais fica e fazer as contratações pontuais para a disputa do Campeonato Goiano, Série A do Brasileiro (considero que o time não corre risco de rebaixamento), Copa do Brasil, podendo ainda conquistar uma vaga para a Copa Sul-Americana.

Em meio ao planejamento para as renovações dos vínculos destes três jogadores, a diretoria foi surpreendida com a notícia de que o Puebla do México fez proposta para contratar Gustavo Ferrareis. Jogador pertence ao Internacional, que o emprestou ao Atlético. Tem contrato até o final do Campeonato Brasileiro, ou seja, praticamente mais um mês. A proposta é de 5 milhões de reais para o jogador, por um contrato de três anos, com o Internacional permanecendo dono de 30% dos direitos econômicos do atleta.

No contrato de empréstimo com o Atlético, não tem nenhuma cláusula que obrigue a liberação antes do final do contrato, mas a sensatez manda que o Atlético libere Ferrareis. É uma grande oportunidade para o jogador ganhar um bom dinheiro – se ficar vai ficar contrariado e sem condições emocionais para jogar o que sabe.

Além do mais, o clube campineiro sempre teve com o Internacional ótimo relacionamento: O Clube gaúcho empresta jogadores importantes (como o próprio Ferrareis) sempre que o Atlético solicita e não vale a pena quebrar esta relação por mais um mês de contrato. O jogador vai fazer falta, mas em um momento como este a sensatez deve pesar mais do que a conveniência.