Se há um registro a fazer da primeira semana útil do governo de Ronaldo Caiado (DEM) é sua disposição para conceder entrevistas. Entre segunda-feira (7) e a sexta-feira (11), o governador concedeu pelo menos 11 entrevistas. E acabou escorregando nas palavras.

Na quarta-feira (9), ao falar a jornalistas após audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, Caiado afirmou que foi eleito para ser governador e não para ser “síndico de massa falida”, ao criticar mais uma vez o desequilíbrio fiscal do Estado.

Na quinta-feira (10), ele pediu aos prefeitos para avalizarem os professores nas compras de gêneros de primeira necessidade nos supermercados e farmácias de seus municípios. A “medida emergencial” de comprar fiado, segundo explicou depois, ocorreu diante da queixa da presidente do Sintego de Jataí, Rosa Helena, sobre dificuldade financeira dos professores por conta do atraso do pagamento do salário de dezembro. Caiado insiste que não pode pagar a folha de dezembro porque o ex-governador José Éliton não empenhou a despesa e que pagará primeiro a folha de janeiro.

Por fim, nesta sexta-feira (11) ele pediu sugestão de nomes à população para rebatizar a Agência Goiana de Obras Públicas e Transporte (Agetop), por seu envolvimento “com prisões e corrupções”. Essas três declarações provocaram grande repercussão política e a estreia da oposição já na primeira semana de governo.

O ex-governador Marconi Perillo, que não tinha feito nenhuma declaração desde que perdeu as eleições em outubro, divulgou carta defendendo suas gestões. O mesmo fez o ex-governador José Éliton. O deputado Daniel Vilela, presidente do MDB e ex-adversário de Caiado nas urnas, foi mais arrojado. Gravou um vídeo provocando o governador: “Se não der conta é só avisar, viu?” Os desgastes políticos do governador e a reação dos oposicionistas são os dois temas deste PodFalar #25.