A Polícia Civil apresentou nesta quarta-feira (3) a conclusão do inquérito sobe o caso que resultou na morte de um menor e de um homem, ocorrido no último dia 25 de novembro, em Senador Canedo, região metropolitana de Goiânia.

Exames de balísticas apontaram que um soldado do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) foi o responsável pelos dois tiros que mataram Tiago. O menor foi morto com sete disparos, do mesmo soldado e do sargento que comandava a patrulha. Neste caso foi considerado legítima defesa. O sargento foi apontado como autor de fraude processual, devido aos disparos que fez com a arma que estava de posse do menor.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Matheus Noleto, os policiais do GPT alegaram que souberam do roubo na chácara, mas que teriam sido informados de que o veículo utilizado seria um Gol G-5, mas que se depararam com uma viatura perseguindo um Gol G-4, e pensaram se tratar de outra ocorrência.

O delegado Matheus Noleto conta que a versão dos militares não pode ser comprovada porque a PM não repassou os áudios do Copom referentes à ocorrência.

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Matheus Noleto também confirma a fraude processual.

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O inquérito foi remetido para o Fórum de Senador Canedo. O Ministério Público é quem vai fazer a acusação. A tendência é que o soldado responda por homicídio doloso, quando há a intenção de matar, e o sargento por fraude processual.

Entenda o caso

No último dia 25 de novembro, um adolescente entrou em uma chácara pertencente ao auxiliar de produção Tiago Messias Ribeiro, localizada na zona rural de Senador Canedo, na região metropolitana de Goiânia. O assaltante roubou o veículo e obrigou a vítima a dirigir. Perseguidos por uma patrulha da Polícia Militar (PM), eles foram em direção ao centro da cidade, onde foram interceptados por uma guarnição do GPT.

Os dois homens que estavam no carro foram mortos por disparos dos militares do GPT. Vídeos gravados por testemunhas mostraram um dos policiais efetuando disparos de dentro do veículo, na tentativa de forjar um confronto.

Do repórter Gerliézer Paulo