LUCIANO TRINDADE – LUSAIL, CATAR (FOLHAPRESS) – Desde a Copa do Mundo de 2006, Portugal não conseguia vencer dois jogos seguidos na competição. Nesta segunda-feira (28), diante do Uruguai, não só conseguiu repetir a dobradinha como também confirmou com antecedência sua classificação para as oitavas de final do Mundial no Catar com um triunfo por 2 a 0.

Bruno Fernandes, já no segundo tempo, marcou os gols que permitem aos portugueses sonhar com voos mais longos no mata-mata, como fez há 16 anos, quando chegou à semifinal.

De quebra, a vitória sobre os uruguaios no estádio Lusail também complicou a situação da equipe sul-americana no Grupo H. Enquanto os lusos lideram, com seis pontos, os uruguaios somam apenas um, empatados com a Coreia do Sul.

Na última rodada, Portugal vai encarar sul-coreanos dependendo apenas de um empate para ser o primeiro da chave, enquanto o Uruguai duela com Gana num jogo de vida ou morte -neste momento, a segunda vaga do grupo está com os africanos, que somam três pontos.

Ver a seleção celeste em maus lençóis tem um gosto de vingança para os lusitanos. Na Rússia, em 2018, o elenco liderado por Cristiano Ronaldo deu adeus à competição nas oitavas de final, superado justamente pelos uruguaios.

Na ocasião, Cavani marcou dois gols na vitória por 2 a 1. Novamente titular no confronto desta segunda, ele teve atuação bem apagada.

Se o primeiro tempo fosse retratado por uma única foto, o Uruguai levaria vantagem. Foi da equipe sul-americana a melhor chance, já aos 32 minutos, quando Bentancur fez fila na defesa lusitana e exigiu um bloqueio do goleiro Diego Costa.

Foi a primeira vez neste Mundial que os uruguaios colocaram um goleiro para trabalhar. Na estreia, contra a Coreia do Sul, o empate sem gols foi reflexo, em grande parte, pelo fato de o time sul-americano não ter exigido nenhuma defesa de Kim Seung-Gyu.

Mas o lance de Bentancur foi um momento isolado numa etapa em que os europeus tiveram controle da partida. Construindo suas jogadas a partir, principalmente, dos pés de William Carvalho e com Cristiano Ronaldo espetado entre os zagueiros, os lusos rondavam a área adversária, mas pecavam no passe final. Era questão de mais capricho.

Apesar disso, foi o técnico Fernando Santos que acabou indo para o vestiário com uma preocupação maior. Aos 42 minutos, ele viu mais um atleta seu sofrer uma lesão. Desta vez, o lateral-direito Nuno Mendes sentiu um incômodo muscular, saiu de campo chorando e precisou ser substituído.

Raphael Guerreiro foi quem entrou no lugar dele, enquanto o titular aumentava para três o número de atletas portugueses com problemas físicos. E ele se junta a Danilo Pereira e Otávio, que se machucaram na vitória sobre Gana, por 3 a 2.

Depois do intervalo, os portugueses, enfim, acharam o caminho.

Aos nove minutos, Bruno Fernandes tentou cruzou para Cristiano Ronaldo, mas a bola acabou indo direto para o gol. O camisa 7 se esticou todo para tentar dar uma casquinha de cabeça, mas nem ele, nem o goleiro triscaram na bola. Ela só parou no fundo da rede.

Depois do gol, a partida ficou mais aberta para ambos os lados. Os próprios portugueses tiveram chance de ampliar, enquanto os uruguaios enfim passaram a frequentar o campo de ataque, exigindo boas defesas de Diogo Costa.

Antes do fim, porém, o árbitro marcou um pênalti para os português após o zagueiro Giménez desviar a bola com a mão. O lance foi revisado pelo VAR (árbitro de vídeo). Bruno Fernandes converteu nos acréscimos.

O duelo também ficou marcado por uma invasão de campo, ocorrida um minuto antes de Bruno Fernandes abrir o placar. O torcedor não identificado correu pelo campo com uma bandeira com as cores do arco-íris, usada pelo movimento de inclusão da comunidade LGBTQIA +.

PORTUGAL: Diogo Costa; João Cancelo, Pepe, Rúben Dias e Nuno Mendes; Rúben Neves (Rafael Leão) e William Carvalho (João Palhinha); Bernardo Silva, Bruno Fernandes e João Félix (Matheus Nunes); Cristiano Ronaldo (Gonçalo Ramos). T.: Fernando Santos.

URUGUAI: Rochet; Varela, Giménez, Godín (Arrascaeta), Coates e Olivera (Viña); Valverde, Bentancur e Vecino (Pellistri); Cavani (Suárez) e Núñez (Maxi Gómez). T.: Diego Alonso.

Estádio: Estádio Lusail, em Lusail, Catar
Árbitro: Alireza Faghani (Irã)
VAR: Abdulla Al-Marri (Catar)
Gols: Bruno Fernandes, aos 9′ e aos 48′ do 2ºT (Portugal)
Cartões amarelos: Bentancur e Olivera (Uruguai); Rúben Neves, João Félix e Rúben Dias (Portugal)