Entre os produtos que tiveram maior reajuste na cesta básica, o arroz, sem dúvida, é o que mais preocupa. Há quem encontre um saco de 5 quilos do grão custando entre R$ 30 e R$ 40 no mercado. Quando se acha a cerca de R$ 20, está “barato”. Antes disso, o produto podia ser encontrado em média entre R$ 10 e R$ 15.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias do Arroz no Estado de Goiás, Jerry Alexandre, a alta dos preços se deve ao aumento das exportações e à disparada do dólar. Nesta sexta-feira (18), a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,39.

O presidente do Siago afirma que não houve aumento dos impostos sobre o arroz, que são basicamente ICMS e o Funrural, e que estes não são os vilões do aumento do grão no país.

“Nós estamos com a exigibilidade suspensa de PIS e Cofins para o arroz beneficiado. Foi uma decisão de 2004 que suspendeu a exigibilidade do PIS/Cofins e com isso a carga tributária sobre ele ficou mais leve. Então não tem muito o que se fazer”, avalia.

Outro esforço para conter a alta dos preços foi feito no início do mês. A alíquota do imposto de importação para o arroz em casca e beneficiado foi zerada até 31 de dezembro deste ano. Foi imposta uma cota de 400 mil toneladas do produto que poderá entrar no Brasil sem a taxa.

A decisão foi tomada  pelo Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex). A proposta de zerar a alíquota foi apresentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo Jerry Alexandre, a redução dos preços deve ocorrer somente a partir do primeiro trimestre de 2021. “Temos safra no Brasil em março do ano que vem. Em março do ano que vem a tendência é o preço se normalizar. Ninguém sabe se os preços vão ser os mesmo que foram praticados à época da safra desse ano, mas certamente os preços não vão ficar nesses patamares atuais. Haverá uma redução sim, mas ninguém pode precisar quanto será”, analisa.

Antes disso, segundo Jerry Alexandre, uma parceria com o Paraguai pode adiantar uma redução nos preços do arroz. A safra no país vizinho acontece em dezembro desse ano.

“O governo do Estado, através da Secretaria de Indústria e Comércio, fez essa semana uma interlocução entre as indústrias goianas e os produtores de arroz e as indústrias no Paraguai, através da Câmara de Comércio do Paraguai, a pedido do embaixador do Paraguai aqui. O secretário Adonídio fez questão de capitanear essa interação entre quem tem e quem precisa comprar. Esse movimento foi muito produtivo. Se não houver negócios de pronto, por conta de uma oferta restrita, certamente no final do ano as empresas já estarão assinadas com os fornecedores paraguaios para poder trazer o arroz de lá e atender o mercado aqui de Goiás”, conclui.