A Companhia Energética de Goiás (Celg) cortou na noite de segunda-feira (25) e manhã desta terça-feira (26) o fornecimento de energia de quatro secretarias da prefeitura de Goiânia. Segundo a companhia, o motivo é uma dívida do município, que já soma R$ 4,3 milhões. Já a prefeitura argumenta que a Celg, por sua vez, deve R$ 144 milhões ao município. Os cortes tiveram início na última segunda-feira.

De acordo com o secretário municipal de Finanças, Jeovalter Correia, um encontro de contas foi acordado em convênio firmado entre prefeitura e Celg em março deste ano. Em julho, nova reunião foi realizada, em que a dívida do município seria abatida no repasse de R$ 4,4 milhões devido pela Celg. No entanto, o acerto não foi efetivado e os cortes de energia realizado.

Para Jeovalter, trata-se de uma represália com caráter político. “A Celg está atendendo um pedido político. O maior acionista da Celg está usando o seu programa eleitoral para bater na prefeitura,” ataca.

Segundo o secretário, a prefeitura só aceita negociar com a Celg se a tratativa for feita de forma tranquila, sem pressão por parte do governo estadual.

O secretário de Finanças ainda apresentou uma lista com dívidas de 25 órgãos públicos junto ao município, que somam, no total, mais de R$ 1 bilhão. Destes órgãos, ao menos 19 são do Governo Estadual.

Jeovalter Correia opina que o corte realizado pela Celg no fornecimento de quatro secretarias municipais ocorreu de forma irresponsável. “Já pensou o que é cortar a energia de todos os semáforos? Os prejuízos poderiam ser enormes se a prefeitura não buscasse o amparo da justiça,” enfatiza.

A assessoria de comunicação do governo estadual afirmou que há mais de dois anos, a Celg é administrada pelo governo federal e que a decisão de cortar a energia de alguns órgãos da prefeitura seria meramente técnica.