(Foto: Assessoria Governo)

A prefeitura de Goiânia vai receber R$ 140 milhões de indenização da Saneago pela renovação do contrato de concessão do serviço de água e esgoto, mas em compensação perdeu a isenção de 80% que tinha nas contas de seus cerca de 600 imóveis, entre sedes administrativas, escolas e unidades de saúde. De acordo com informação do presidente da Agência de Regulação de Goiânia, Paulo César Pereira, à Sagres 730 nesta quarta-feira (18) a prefeitura pagava mensalmente R$ 200 mil à Saneago. Com a perda dessa isenção passará a gastar com água e luz R$ 1 milhão todo mês.

A indenização de R$ 140 milhões a que terá direito é exatamente para compensar essa perda com a renovação antecipada da concessão. O contrato atual foi assinado em 1991, aditivado em 1998 para valer por mais 25 anos, ou seja, até 2023. Os R$ 140 milhões serão pagos em três parcelas, a primeira delas na próxima semana. As duas restantes serão quitadas a cada dois meses. Além dessa compensação a prefeitura receberá 5% do faturamento bruto da companhia em Goiânia, receita que varia entre R$ 42 milhões a R$ 45 milhões ao ano, informou Paulo Pereira.

A renovação por mais 30 anos do contrato da concessão entre Prefeitura e a Saneago foi assinada nesta terça-feira (17) pelo governador Ronaldo Caiado (DEM), pelo prefeito Iris Rezende (MDB) e pelo presidente da companhia, Ricardo Soavinski. O governador disse que a antecipação “salvou a Saneago”, já que o maior faturamento da empresa é em Goiânia.

Paulo Pereira afirmou que a ARG fez as contas “na ponta do lápis” e garantiu que a perda da isenção nas contas de água e esgoto não significará um prejuízo para a prefeitura tendo em vista outras garantias contratuais. Uma delas é o direito de a prefeitura receber R$ 176 milhões (Iris disse no evento que seriam R$ 160 milhões, mas a ARG informa que o valor contratual é R$ 176 milhões), quando a Saneago conseguir vender no mercado financeiro 49% de suas ações, no chamado IPO.

O presidente da ARG destacou ainda os investimentos que a empresa terá de fazer em Goiânia, que chegarão à cifra de R$ 3,5 bilhões. Explica que no máximo em 10 anos a Saneago terá de construir um terceiro sistema de captação de água para garantir que não haja desabastecimento da população. Atualmente a capital é abastecida pelos sistemas Meia Ponte e Ribeirão João Leite.