A Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) anunciou nessa sexta-feira (13) que a passagem de ônibus sofrerá um aumento de 50 centavos: de 2,80 reais para 3,30. O aumento será válido já à partir da próxima segunda-feira (16), às 5 horas da manhã. A decisão foi tomada após reunião da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo. De acordo com a presidente da CMTC, Patrícia Veras, não haverá novo ajuste ao longo de 2015.

O aumento foi aprovado por unanimidade na Câmara, assim como a data para o novo valor entrar em vigor. A CMTC pronunciou também que a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços, a AGR, se mostrou favorável ao reajuste. De acordo com o comunicado do órgão, o valor precisou sofrer o aumento porque o governo não efetuou o pagamento das gratuidades que haviam sido acertadas no ano passado, quando a empresa subiu o valor para 3,00 e não pode continuar com o valor por conta de prostestos.

A presidente da CMTC, Patrícia Veras, explica a decisão:

“Nós calculamos a tarifa de 2,80 e existia a promessa por parte do governo de fazer um aporte, em torno de 4,5 milhões e meio pela metade das gratuidades e isenção do imposto sobre o Diesel. A única coisa que aconteceu foi a isenção sobre o imposto do diesel. O pagamento das gratuidades nunca se efetivou, então tivemos que fazer uma recomposição dos custos porque a receita não ocorreu no volume que era previsto”.

Em contato com a nossa reportagem, a assessoria do governo, por sua vez, declarou que os repasses estavam sim sendo feito regularmente, contradizendo a nota da CMTC.

Patrícia mantém a posição da CMTC e detalha a negociação que, de acordo com ela, não foi cumprida:

 “O aporte das gratuidades era para ser feito à partir de maio e não ocorreu nenhuma vez. Esse ano nós tivemos informação oficial do governo de que não ocorreria novamente em 2015, por isso, tivemos a necessidade de reajustar o preço da tarifa. Os valores foram aprovados com unanimidade e pelo governo compareceram o presidente da Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços, Ridoval Chiareloto, e o secretário Vilmar Rocha”.

A presidente avisa que o novo cálculo foi preciso para manter o sistema de transporte público em funcionamento:

“Essa recomposição no preço é para manter o sistema em funcionamento. Se o governo não teve o compromisso que havia feito conosco, nós temos que ter a responsabilidade de manter e garantir o atendimento do transporte à população. A prefeitura está fazendo investimentos de 155 milhões de reais para nos ajudar também nesse objetivo de melhorar a qualidade e diminuir o tempo das viagens”.

Por outro lado, Patrícia Veras reconhece que o sistema precisa de melhorias e abre as portas da CMTC para esclarecimentos e opiniões junto à população:

“Nós sabemos que o transporte precisa melhorar e nós também lutamos por isso. Mas para isso precisamos capitalizar também. Não há outra alternativa. Sempre tentamos manter projetos que não precisasse onerar o preço da passagem para a população. Mas hoje o único projeto que temos é a população custear o transporte. A CMTC estará de portas abertas para mostrar nossas planilhas à população e qualquer movimento social. Até para pegar opiniões e sugestões também”.