O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, disse que há leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis para pacientes da Covid-19 em Goiânia, mas que as vagas podem se esgotar em poucos dias, à medida que a doença avança na capital.

Duas considerações. Não está lotado. Essa é a primeira. A segunda consideração: do jeito que as coisas estão indo, irá lotar. O número de atendimento, o agravamento das pessoas que nos procuram, não demorará para nós lotemos”, explica.

Na quarta-feira (20) ocorreu o vazamento de um áudio em que o presidente da Ahpaceg dizia que não havia mais leitos de UTI disponíveis para pacientes com suspeita de Covid-19. Na entrevista, Haikal Helou esclareceu.

“Faltou um determinado tipo de leito em algum momento. Mas nós temos vaga para paciente não-Covid, temos vaga para paciente Covid hoje. Isso foi uma coisa que gerou uma repercussão que nós não esperávamos”, afirma. 

Em entrevista à Sagres, a secretária de Saúde de Goiânia, Fátima Mrué, disse que estranhou os dados da Ahpaceg de que leitos de UTI teriam se esgotado, uma semana depois de dizer que havia ociosidade de 80%. O presidente se posicionou sobre as declarações da secretária.

“A secretária, não só a municipal, e não só a de Goiânia, a de Aparecida também, Anápolis, Catalão, Rio Verde recebem diariamente os nossos boletins, e por lei ela é obrigada a saber. Ela sabe de tudo, nós não estamos escondendo nada de ninguém. Os hospitais estão com uma ociosidade de 80% no geral”, esclarece. 

Por meio de boletim no site, a Ahpaceg informou que, nos últimos sete dias, entre 13 e 20 de maio, os hospitais associados da rede particular registraram um aumento no número de atendimentos de pacientes com suspeita ou confirmação do novo coronavírus.

Ainda no boletim, a Ahpaceg informa que o número de internações saltou de 56 para 71, de um total de 100 vagas de UTI para pacientes com a Covid-19. Mesmo com a possibilidade de aumento da quantidade de leitos, caso o isolamento social não seja respeitado, a rede privada pode não suportar a demanda.

“Alguns hospitais vão aumentar, mas mesmo que aumentemos 20% ou 30%, se houver um descontrole na utilização, isso não será suficiente. Observem o que aconteceu no Rio e São Paulo, principalmente nos últimos 10 dias. Nós estamos aumentando, mas não é por falta de respiradores, e tem faltado. Tem faltado mais coisas também. Tem faltado coisas hoje que tornam uma ampliação rápida, algo muito temerário e perigoso”, conclui.

Confira o último boletim da Ahpaceg

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