A pandemia da Covid fez com que muitos setores deixassem de funcionar de maneira presencial e passassem para o remoto. Na educação, não foi diferente, mas diante da dificuldade de acesso a internet por parte dos alunos, o retorno às aulas presenciais é discutido recorrentemente. Em entrevista ao Sagres Sinal Aberto, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás (Sintego), Bia de Lima, afirmou que acha que este o pior momento para a volta dos alunos às salas de aula em função da situação da pandemia no Estado.

“Eu entendo que não é hora de falar em retorno de aulas presenciais, eu entendo que, inclusive, a secretaria – e eu pedi isso para a secretaria na semana passada –, que ela pudesse até mesmo suspender esses 30% daquelas escolas que estão funcionando, já que eu tenho recebido inúmeras reclamações […] em que os professores estão apavorados por conta do contágio, dos estudantes, dos professores”, relatou.

A presidente afirmou que a preocupação do Sintego é de preservar a vida dos profissionais da educação, já que considera o controle das crianças, em relação às medidas sanitárias contra à Covid-19, mais difícil. “Nós entendemos e queremos retornar às salas de aula o mais rapidamente possível, mas não dá para expor os profissionais dessa forma”, contou Bia, que ainda afirmou que o ensino remoto exige muito mais do profissional.

Segundo a presidente, atualmente, os profissionais da educação tem comparecido às escolas todos os dias, muitos circulando no transporte coletivo lotado. Bia relata que falta o básico. “Estão eles [professores] mesmos comprando álcool em gel, estão eles mesmo adquirindo todas as condições para poder ir ao trabalho. E mais, até mesmo a internet, são eles que pagam do próprio bolso para continuar fazendo as aulas”.