Foto: Divulgação

Está em discussão na Câmara Municipal Goiânia o novo código tributário do município. Um dos pontos envolve os clubes de futebol, que terão de pagar taxas relativas a realização de jogos em qualquer estádio da Capital. Segundo o secretário de finanças do município, Alessandro Melo, todo grande evento gera um custo extra para a cidade.

“Um grande evento gera um custo extra de segurança, manutenção e limpeza. Em um grande jogo em Goiânia sempre tem casos de vandalismo, depredação e isso tudo onera. A criação desta taxa é justamente tentar devolver os prejuízos que a cidade tem com grandes eventos”, explicou.

Os valores variam de acordo com o público. Se for de até 20 mil pessoas, a taxa será de R$ 7,5 mil. Entre 20 e 30 mil, o valor será R$ 10 mil. Acima de 30 mil pessoas, os clubes terão de pagar R$ 30 mil.

“É um valor pequeno perto das receitas que esses jogos geram. Agora, o novo código tributário da cidade está em discussão. Já conversamos com várias entidades sobre o assunto. Estamos abertos às sugestões e se os vereadores entenderam que não deve ter esta taxa, vamos ver o que é melhor para a cidade”, acrescentou Alessandro Melo.

A reportagem da Sagres 730 também ouviu os presidentes dos três principais times da Capital. Ecival Martins, presidente do Vila Nova, fez questão de lembrar do Goiânia, que convive com sérios problemas financeiros e está perto de voltar para a primeira divisão.

“Espero que o Goiânia se confirme na primeira divisão, e ai você imagina o Goiânia que vem lutando e ter que pagar esta taxa. Nós temos que entender que o futebol tem uma abrangência muito grande. A prefeitura de outras formas de arrecadação com bares e shows. Acontece um no fim de semana que tem ingresso de R$ 1 mil, enquanto o Vila cobra R$ 10 no ingresso. A maioria dos torcedores do futebol é pobre, então não termos condição de aumentar os preços”, justificou.

Marcelo Almeida, presidente do Goiás, considera que os clubes já pagam muitas taxas, o que faz com que as rendas liquidas dos jogos sejam bem menores.

“Os valores que nós gastamos em um jogo de futebol são muito altos. A gente paga percentual para o estádio, seguro para torcedor, percentual para FGF, INSS, quadro móvel, brigadista, taxa de doping, superintendente da CBF e outras coisas. Um exemplo, no jogo contra o Atlético, arrecadamos cerca de R$ 200 mil, mais de R$ 50 mil foi gasto com pagamento de taxas. É mais uma carga em cima dos clubes.    

Para Maurício Sampaio, presidente do Atlético, a prefeitura está procurando mais uma forma de se cobrar. Agora, dos clubes de futebol.

“A prefeitura em nada ajuda os clubes. Eu nunca vi nenhum funcionário da prefeitura colhendo lixo e ajudando a limpar o estádio. Eu também nunca vi funcionário da SMT na região organizando o trânsito, pois os jogos são em horários que não tem tanto fluxo de veículos, ou seja, é mais uma maneira de se cobrar. No Brasil se paga muito e se recebe muito pouco do poder público”, finalizou.

Nesta terça – feira (18) aconteceu na Câmara Municipal a primeira audiência pública para que a questão pudesse ser discutida. Quanto à primeira votação em plenário, ainda não existe data marcada, afinal a matéria ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça.