Foto: ABr

A interrupção da energia por mais de uma semana, neste mês de novembro, na zona rural de Catalão, provocou prejuízos e revolta em produtores. A denúncia foi feita pelo primeiro vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio/GO) e presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Catalão (Sindilojas Catalão) Geraldo Vieira Rocha.

“A Enel tem faltado, não só na cidade, mas principalmente na zona rural. Na região de Santo Antônio de Rio Verde, que é distrito de Catalão, ficamos oito dias contínuos sem energia. A energia só voltou neste domingo (24), por volta das 16h”, disse. “Com isso, tivemos um prejuízo grande para os produtores. Pessoal que tira leite perdeu uma quantidade significativa de produto, donas de casa perderam carnes e outros alimentos em suas geladeiras”, apontou, citando que muitos pequenos produtores tiveram a subsistência prejudicada. “É um descaso grande com a área produtiva”, resume, sobre a atuação da Enel.

O vice-presidente da Fecomércio disse que os produtores estão pedindo reparação dos danos e já se organizam para adotar medidas judiciais. “O Sindilojas apoia esta medida, porque esta situação afeta, inclusive, investimentos”, aponta, sobre falta de estrutura fornecida pela Enel, por exemplo, para quem quer abrir novos negócios.

geraldo vieira rocha

Geraldo Vieira Rocha (Foto: Silvio Simões)

 

Geraldo Rocha disse o comércio também está sendo afetado. “Prestadores de serviço, por exemplo, tem reclamado que também estão tendo prejuízo. Não têm podido usar equipamentos que precisam de energia para funcionar”, apontou. “Ou seja, as interrupções de energia estão afetando a economia, em geral”, acrescenta.

Geraldo conta que a região do distrito reúne, dentre outros, produtores de leite e de soja. “Estávamos iniciando o plantio de soja, precisando fazer o tratamento das sementes. E não podíamos fazer, porque não tinha energia, tendo que buscar geradores”, lamenta. “Parece que eles diminuíram o número de prestadores de serviço, apesar de ter aumentado o valor da energia. A gente faz as solicitações e é a mesma coisa de não estar fazendo. Isso tem angustiado os produtores”, disse, sobre reclamações e pedidos, que devem ser encaminhados a Enel apenas por telefone ou pelo aplicativo.

“Com toda deficiência que tinha a Celg, ela conseguia fazer uma prestação de serviço melhor do que a Enel. Tem alguma coisa errada em relação a essa empresa: está visando muito a parte financeira e se esquecendo de investir na prestação de serviço”, acusa. “A gente reclamava da Celg, mas a gente era feliz e não sabia”, ironiza. Por meio de nota, a Enel informou que “tem normalizado o fornecimento de energia para os clientes afetados pelas chuvas, acompanhadas de fortes ventos e descargas atmosféricas, que atingiram diversas regiões do Estado nas últimas semanas” e que está “dedicando todos os esforços para recuperar a rede elétrica de Goiás”.

A companhia acrescentou que “está utilizando três helicópteros para agilizar o atendimento em locais isolados, especialmente na zona rural”.

Confira a nota na íntegra

“A Enel Distribuição Goiás esclarece que tem normalizado o fornecimento de energia para os clientes afetados pelas chuvas, acompanhadas de fortes ventos e descargas atmosféricas, que atingiram diversas regiões do Estado nas últimas semanas. A companhia tem um compromisso com os clientes goianos e está dedicando todos os esforços para recuperar a rede elétrica de Goiás. A empresa destaca que mais do que dobrou o número de equipes em campo e está reforçando ainda mais o atendimento, com técnicos vindos de outros Estados onde também atua. A distribuidora também está utilizando três helicópteros para agilizar o atendimento em locais isolados, especialmente na zona rural. Com as aeronaves, equipes conseguem realizar os atendimentos que não precisam da substituição de estruturas, como postes e fios, e nos casos em que são necessários reparos estruturais, identificam os materiais necessários e repassam para as equipes de solo, otimizando o atendimento. 

A Enel acrescenta, ainda, que desde que assumiu a distribuidora em fevereiro de 2017, investiu cerca de R$ 2 bilhões até setembro deste ano, cerca de 3,5 vezes mais do que os níveis históricos investidos antes da privatização para aumentar a capacidade do fornecimento e melhorar a qualidade do serviço em todo o Estado.”