(Foto: Paula Falcão / Aproveite a Cidade)

A Rua do Lazer em Goiânia foi um importante ponto da cidade nas décadas de 1970 e 1980. A via foi fechada para o trânsito de veículos em 1977. Ela passou abrigar comércios populares, eventos políticos e culturais. A proposta era de dar um “ar francês” ao centro de Goiânia.

A Rua do Lazer foi edificada na gestão de Francisco de Freitas Castro, conhecido como Chiquinho de Castro. Ele foi nomeado prefeito de Goiânia, em 1975, pelo então governador Irapuan Costa Júnior, no período da ditadura militar. Nos anos 80, a Rua do Lazer foi um dos mais badalados pontos da capital, com cinemas e barzinhos. Em 1985, a Rua foi reformada.

A rua está descaracterizada, não existe mais cinema, a beleza das construções está escondida atrás das fachadas, há problemas de segurança e o espaço está deteriorado. A prefeitura pretende revitalizar o espaço. O secretário municipal de Planejamento Urbano e Habitação, Henrique Alves, relata que quiosques no local serão retirados para que depois a obra seja iniciada.

“Estamos tomando todas as precauções, por exemplo, nós notificamos todas lanchonetes que estão nas extremidades da Rua do Lazer, o prazo legal para que eles desocupem a área são de 15 dias, então o município vai aguardar esse prazo, que finda essa semana, justamente por isso, que iniciaremos na semana que vem” afirma.

A obra será executada por meio de compensação do Projeto Diferenciado de Urbanizado, o PDU. Segundo a prefeitura, em processos de adensamento urbano, determinada empresa precisa fazer uma compensação com a doação de áreas ou de parcerias com o Município para a execução de ações, como é o caso da Rua do Lazer, como destaca o prefeito de Goiânia, Iris Rezende.

“Na administração passada, nós implantamos esse sistema. A empresa constrói, por exemplo, um parque, uma praça e ela ganha o direito de elevar o gabarito da sua construção”.

Diferente do que projeta a Prefeitura, a obra de revitalização da Rua do Lazer, pode não ser iniciada ainda neste mês. Houve atraso. A então Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, a antiga Secima, faria doação do projeto a prefeitura, o que não ocorreu. Há apenas um esboço, que não contempla detalhes da obra, por exemplo, os custos.

Houve a mudança de governo e a prefeitura precisou tocar o tema adiante sem a ajuda do Estado. O diretor-presidente da Spe-Jmr e Start Light, José Maria da Cunha Júnior, explica que há a necessidade de uma série de adequações e que as ações podem não ser iniciadas em abril, como pretende o Município. A empresa será responsável pela obra.

“Precisamos definir realmente, como vai ser feito esse projeto, porque ali tem as cartas de passagem de elétricas e hidráulicas, água pluvial, são várias adjacentes que você precisa resolver, porque a gente já queria ter começado” afirma o diretor-presidente da empresa responsável. “Nós já estamos com disponibilidade, só que assim, nós queremos fazer, tanto gente quanto a prefeitura, uma obra muito boa, uma coisa que realmente vai ficar de qualidade, mas não acredito que em 15 dias a gente consiga começar” conclui.

O secretário Henrique Alves, admite que houve a necessidade de se fazer uma readequação ao projeto. Ele espera que as questões sejam sanadas para que a obra seja iniciada.

“Precisou realmente de algumas adequações, percebemos isto em algumas vistorias que foram feitas” afirma. “Tivemos que fazer várias reuniões com essas empresas para fazer a retirada e o controle de toda essa situação”.

A ideia é que a Rua do Lazer seja um espaço para ajudar a impulsionar a revitalização do Centro da capital.