O espírito natalino nos últimos meses do ano transborda solidariedade. É disparada a época na qual mais ocorre arrecadações de alimentos. Mas com o fim do ano, as doações diminuem. A Hellen Rezende coordena um projeto que quer transformar essa realidade.
“Janeiro é muito triste. Todas as doações cessam, a gente não consegue arrecadar quase nada fora o material reciclável. É muito escasso de doações”, explica.
Hellen coordena o projeto Reciclar Alimenta Vidas, que existe desde 2020 em Goiânia e também em Campo Grande-MS, e que começou em plena pandemia. O objetivo para o primeiro mês do ano é entregar cestas de alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade já na primeira quinzena de janeiro.
Ela conta que os próprio voluntários montam as cestas, que são elaboradas principalmente para famílias com crianças. Por isso, alguns componentes foram acrescentados ou trocados em relação às cestas tradicionais.
“Sou mãe também e sei que só com farinha de trigo não se faz nada. A farinha de trigo a gente trocou pela de mandioca; a gente colocou o fubá de milho, que com água, fubá e sal se faz a polenta, e com água e açúcar se faz um mingau. Vai também biscoito, sardinha”, enumera.
O dinheiro para a compra das cestas vem do recolhimento de tampinhas de plástico e de metal, além de óleo de cozinha usado, que são vendidos diretamente para as indústrias.
“O projeto tem dois lados. Um é o ambiental, que é diminuir a produção de lixo e incentivar as pessoas que jogariam tampinhas fora e que servem para comprar alimento para alguém”, afirma. “A gente não vende o material para o intermediário, mas sim direto para a indústria que faz essa reciclagem”, complementa.
O projeto
Com 15 voluntários na capital goiana e dois na capital sul-matogrossense, o projeto funciona em ciclos de 45 dias, período que contempla a arrecadação dos recicláveis até a compra e distribuição das cestas.
“Nossos ciclos têm 45 dias, porque todos os voluntários trabalham. É um tempo extra que a gente dedica a essa ação”, afirma. “A cada 45 dias a gente consegue doar uma média de 25 cestas”, relata Hellen.
São 15 voluntários atuando em Goiânia e dois em Campo Grande. Hellen, que também administra condomínio residenciais na capital, conta que oito já contribuem para o recolhimento de tampinhas e óleo. Nos últimos dois meses, o projeto conseguiu arrecadar cerca de 300 quilos de recicláveis. A meta para 2023 é aumentar a quantidade de cestas a serem doadas e os postos de coleta.
Como ajudar
Quem quiser contribuir com o projeto, seja como voluntário ou doando materiais, pode entrar em contato via perfil “Reciclar Alimentas Vidas” no Instagram ou pelo telefone (62) 99995-7831.
Leia mais