A Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio do Projeto Saúde Indígena, ofereceu acompanhamento médico a cerca de 300 alunos indígenas do curso de Educação Intercultural. De acordo com as necessidades específicas de cada estudante, ocorreram adaptações nas consultas. Na primeira edição do projeto, os alunos passaram por atendimentos com oftalmologistas e dentistas, receberam vacinas e participaram de sessões com psicólogos, com foco na saúde mental.

Como funciona

Estes acadêmicos deixam suas aldeias duas vezes por ano a caminho de Goiânia para concluírem a segunda etapa deste curso de licenciatura. O curso é realizado no núcleo Takinahaky de formação superior Indígena, no campus samambaia, durante os meses de Janeiro e Fevereiro e também Julho e Agosto. Por não terem residência em Goiânia, o acesso à saúde fica comprometido, surgindo, assim, a necessidade de promoção.

A Pró-reitora Adjunta de Graduação Heliny Carneiro explica: “A demanda surge porque o curso é em modo de alternância, então, quando esses alunos vêm, eles não têm acesso à saúde local. Eles trazem também seus familiares, então esse serviço é para todos.”

A UFG estabeleceu parcerias para que fosse possível o atendimento de todos os discentes. Juntamente com o Hospital das Clínicas e outras doze unidades do SUS, foram realizados exames em mais de 28 alunos, além de 18 atendimentos no Centro de Atenção Psicossocial e 108 consultas no Centro de Referência Oftalmológica da UFG. Os estudantes que apresentaram a necessidade de óculos não tiveram que arcar com a aquisição, os mesmos foram oferecidos pela Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).

A avaliação é feita de forma geral. Como já citado, existem consultas odontológicas, oftalmológicas e também pediátricas, todas essas ações fazem parte da proposta do plano de desenvolvimento institucional da UFG, que é promover saúde em toda a Universidade.

Grau de Adesão

Quando esses estudantes se deslocam para Goiânia, muitas vezes, eles vêm acompanhados dos seus familiares, trazendo tanto filhos como pais e avós. Segundo Heliny, a adesão dessas pessoas ao programa foi satisfatória. Precauções foram tomadas para desinibir os discentes de participarem das consultas. Era necessário, por exemplo, sempre haver a presença de um professor acompanhando os alunos ou seus familiares, para que eles se sentissem mais à vontade.

Pensando no sucesso desta primeira edição, a UFG pretende estender essas ações de promoção à saúde para os demais alunos indígenas da Universidade. Entretanto, Heliny afirma que não existe a necessidade de repetir o formato com os demais alunos, pois, esses do curso de Educação Intercultural necessitam de uma maior atenção por não possuírem residência local, diferentemente dos demais discentes de outros cursos.

Próximas edições

Para a próxima ação, que está programada para Janeiro de 2025, Heliny acredita na necessidade de tratar questões relacionadas a nutrição, mobilidade e fisioterapia. Fora isso, a intenção é continuar este processo de acompanhamento, atualizando as necessidades de cada estudante.