Nesta sexta-feira (8), a International Football Association Board (IFAB), órgão regulamentador das regras do futebol, concordou em fazer uma emenda temporária nas Regras do Jogo baseado na proposta da Federação Internacional de Futebol (FIFA) para que as equipes sejam autorizadas a fazer cinco substituições por partida. A mudança busca amenizar os efeitos na condição física dos atletas, em inatividade há quase dois meses.

A adaptação na regra das substituições será válida para todas as competições afetadas pela pandemia do novo coronavírus que tenham iniciado ou ainda iniciarão este ano, portanto válida até o dia 31 de dezembro de 2020. Para evitar desperdício de tempo, cada time terá três oportunidades para fazer as trocas de jogadores, com o limite máximo de cinco mudanças, que também poderão ser realizadas durante o intervalo.

A decisão de aplicar a nova regra ficará a critério de cada organizador de competição, enquanto FIFA e IFAB posteriormente determinarão se a emenda temporária poderá ser prorrogada por mais tempo. A adaptação na regra se deu devido a possibilidade dos jogos ocorrerem em um intervalo mais curto e também por causa do clima – na Europa, muitas partidas estão previstas durante o auge do verão.

Árbitro de vídeo

A IFAB também fez uma observação sobre a utilização do árbitro assistente de vídeo (VAR), discussão levantada no futebol brasileiro, por exemplo, devido o custo elevado da sua operação. As competições que aplicam o sistema estão permitidas a suspenderem seu uso, a critério de cada organizador. De qualquer forma, caso continue sendo utilizado, deverá respeitar todos os critérios das Regras do Jogo e o protocolo do VAR.

Opinião dos dirigentes goianos

Entrevistado pela Sagres 730, o presidente executivo do Atlético Goianiense, Adson Batista destacou que vê com bons olhos a mudança e “que é inteligente. O que adianta liberar 22 jogadores e não poder usá-los? Com essa questão de calendários apertados, as pessoas não entendem que o jogador precisa descansar, treinar, fazer reforço muscular e muitas coisas que é fundamental para ter alto nível físico e técnico”.

Já Marcelo Almeida, presidente executivo do Goiás, fez a ressalva de que “se a Fifa está pensando em aumentar o número de substituições, entendo que está pensando em encurtar a distância entre os jogos. Habitualmente temos dois jogos por semana, que já é pesado, e ter três jogos por semana, isso no meu ponto de visto médico, entendo como uma coisa extremamente desgastante para o atleta”.

“No primeiro momento, sou contra. Como médico, entendo que os jogos excessivos podem promover um desgaste excessivo e, consequentemente, maior número de lesões, e tudo o que não gostamos de ver em um atleta é lesão. Diria que essas cinco substituições podem até ser bem-vindas, mas se for levar em consideração que estão sendo propostas com o intuito de aumentar o número de jogos, aí sou contra”, concluiu.