Neste Super Sábado (14), a Rádio 730 promoveu uma discussão sobre um tema cercado de tabus: o suicídio. Participaram do Debate, a psicóloga clínica, Nathana Sateles e o professor; psicólogo jurídico e clínico, Shouzo Abe.

Cuidar da saúde mental é tão importante quanto da saúde física. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 16% da população brasileira sofre de algum transtorno mental.

Segundo Shouzo Abe, o silenciamento do tema suicídio está ligado à dificuldade que a sociedade tem em falar sobre a morte. “Eu acredito que a sociedade não está preparada para falar sobre o luto. Muita gente acha que falar sobre morte pode atrair a morte. Porém a morte acontece todos os dias. Na cultura asiática, falar sobre morte é um pouco mais natural do que na cultura brasileira. Na Ásia, é comum a participação de crianças em velórios, por exemplo. Claro que a criança não vai ficar o dia todo no velório, mas ela precisa entender que existe um fim”, avalia.

Entre as principais causas do suicídio destacam-se a ansiedade e a depressão. A OMS aponta que mais de 90% dos casos de suicídio estão associados a distúrbios mentais. De acordo com Shouzo Abe, o suicida dá sinais de que não está bem. “No início há uma tristeza profunda, só que isso vai aumentando. O suicida aos poucos vai demonstrando essa falta de prazer em viver. Existem alguns mitos. Por exemplo, acham que a pessoa está querendo chamar a atenção. Se ele quer chamar a atenção, vamos ouvir, porque ninguém está ouvindo o que ele quer dizer”, pontua.

A psicóloga Nathana Sateles afirma que a melhora repentina de comportamento pode indicar que o suicida já tomou a decisão de se matar. “A pessoa que diz insistentemente que quer se matar, que quer tirar a própria vida, está dando sinais. Da mesma forma é aquela melhora repentina, a pessoa que melhora em pouco tempo. Essa melhora, muitas vezes pode ser uma decisão. Isso tudo tem que ser muito bem analisado por quem está próximo à pessoa”, explica.

Outros indícios de que a pessoa pode estar pensando em se matar são: inquietude, sentir-se constantemente cansado fisicamente e psiquicamente, ansiedade, estar constantemente doente, e até mesmo falta de ânimo para fazer coisas que antes trazia prazer.

Se você tem pensamentos suicidas, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 141. O CVV atende em todo o país e oferece apoio psicológico para quem se sente solitário e adoecido.

Ouça o debate completo:

Bloco 1

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Bloco 2

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