O PSL se reaproximou do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em mais um dos movimentos para as eleições de 2022. Em entrevista à Sagres, o presidente do partido em Goiás, o deputado federal Delegado Waldir, afirmou que a sigla está aberta para dialogar com todas as forças do campo político e que, apesar da reaproximação, continuará independente. “Não foi uma declaração de apoio a uma candidatura, mas um diálogo que a gente inicia pensando em 2022. Nós temos as eleições, é impossível fazer política sozinho e o PSL quer participar da chapa majoritária”.

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Delgado Waldir declarou que ele e o partido não mudaram os discursos, que não estão fechando nenhuma aliança com o governo, mas sim sendo democráticos. Além disso, ao ser lembrado de declarações dadas à Sagres em janeiro, quando afirmou que a “traição não é tão simples de ser perdoada”, o deputado respondeu que não retira nenhuma palavra dita anteriormente. “Eu não menti quando disse que os grupos políticos que estão com o governador Ronaldo Caiado hoje, não estavam antes. Agora, o PSL não pode se isolar, se amanhã nós temos a pretensão de ter uma candidatura majoritária, nós temos que construir pontes”.

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Ainda segundo o deputado, há uma dificuldade em Goiás, para que seja montada uma oposição ao governador Ronaldo Caiado e o fato de deixar “uma porta aberta”, mostra maturidade. “A gente faz a arte da política. Por exemplo, eu tive um desentendimento com Bolsonaro, mas mesmo assim eu voto com o Governo Federal em 85% das propostas […] Em nenhum momento eu deixei de ajudar o governo de Goiás em relação às emendas e todos os projetos, como o do RRF (Regime de Recuperação Fiscal). Mesmo tendo essa linha dura de pensamento, a gente deixa uma margem”.

Foto: Caiado e delegado Waldir, agora próximos, durante evento em Anápolis. (Crédito: Wesley Costa / Governo)

Sobre a possibilidade da filiação de Lissauer Vieira, hoje no PSB, Waldir detalhou que não só ele, como outros políticos da Região exigem que o PSL faça parte da base do governador para entrarem no partido. “Isso dificulta a minha ação como presidente de partido na montagem da chapa, mesmo tendo estrutura financeira e tempo de TV”.

As críticas feitas antes ao governo ficaram para trás. Agora, o deputado afirmou que Caiado tem feito o dever de casa e que tem conduzido obras estruturantes pelo Estado. “A gente começa a ver a máquina funcionar e se ela funcionar, eu vou poder dizer amanhã que errei e pedir desculpas. Nós não podemos defender o extremismo. O PSL hoje é um partido maduro, não é à toa que o presidente da República (Jair Bolsonaro) saiu do PSL.

Outro ponto importante para a reaproximação, é o fato do Delegado Waldir manifestar interesse em disputar uma vaga como senador. “Não serei candidato ao senado sozinho e tenho que estar bem avaliado em pesquisas eleitorais, se não estiver, também não serei candidato”.

Cenário Nacional

O Brasil tem passado por crises políticas seguidas nos últimos meses, com mais intensidade nas últimas semanas, com declarações do presidente Jair Bolsonaro atacando a legalidade das eleições. Para o Delegado Waldir, a “temperatura” não irá diminuir, porque Bolsonaro não deve recuar. Segundo o deputado, os seguidos ataque funcionam como cortina de fumaça para que a questão econômica não seja levantada pela imprensa, considerando a inflação alta e o preço dos alimentos e dos combustíveis no País.

Apesar de prever que Jair Bolsonaro deve aumentar a aposta cada vez mais, Waldir não acredita na abertura de um processo de impeachment. “O presidente calou o congresso, pegou parte do congresso e colocou ela na mão. Porque? Porque ele deu controle das emendas para os deputados e senadores, através do Arthur Lira. Com isso, ele sabe que não terá impedimento”.

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto: