O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou em entrevista à Sagres, nesta sexta-feira (6), que as “reiteradas ameaças à democracia” feitas pelo presidente Jair Bolsonaro precisam de uma resposta das instituições, principalmente, por parte do Legislativo e do Judiciário.

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“Limites precisam ser impostos porque a democracia, quando está sob ameaça, não é frontal, direta, ela começa a ser corroída pelas beiradas. E é isso que está acontecendo, são várias manifestações muito graves por parte dos apoiadores e do presidente e as respostas precisam ser firmes por parte das instituições, do Judiciário e do Legislativo que têm a missão de defender a nossa constituição e nossa democracia”, declarou.

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O psdbista também acredita que é o momento para abertura de um processo de impeachment no Congresso. O político deixa claro o entendimento de que o processo seria importante para esclarecer fatos recentes como as denúncias de superfaturamento das vacinas, além da suspeita de prevaricação. “São coisas que precisam ser apuradas. A decisão pelo impeachment só depois de um processo que tenha sido percorrido para apurar exatamente as condições da atuação e da capacidade de governar do presidente”.

Eduardo também comentou a liberação de emendas por parte da presidência da República para o Congresso. Segundo ele, em qualquer lugar do mundo, é normal os políticos façam concessões para compor uma base durante o governo, mas que a questão é porque isso está sendo feito. “Não pode ser apenas para sustentar um projeto de poder e o presidente da República está fazendo concessões apenas para se sustentar no poder, ele não tem uma agenda para o Brasil”.

A política de confronto dos últimos anos foi motivo de crítica por parte do governador do Rio Grande do Sul. Eduardo Leite declarou que é preciso bom senso e uma política de mais respeito. “Temos visto muitas brigas, menos contra os problemas, a fome, a miséria, o vírus. A gente precisa focar em atacar os problemas e não as pessoas”.

Prévias do PSDB

Goiânia receberá o governador Eduardo Leite neste sábado (6), às 9h, no Colégio Ateneu Salestiano Dom Bosco, para as prévias do PSDB. Vale ressaltar que no último dia 10 de julho, foi o governador de São Paulo, João Dória, que esteve na capital de Goiás. Os dois governadores disputam a preferência pela candidatura presidencial nas eleições de 2022, juntamente com o senador Tasso Jereissati e Arthur Virgílio. A eleição interna dentro da sigla será realizada em 21 de novembro.

Questionado sobre o apoio de Marconi Perillo a João Dória, Eduardo enalteceu o ex-governador, “que tem um histórico de serviços prestados ao Estado” e afirmou que tem mantido conversas com ele, buscando se apresentar. “Não é uma candidatura de enfrentamento, não é um contra o outro, é a favor de um projeto partidário que se viabilize eleitoralmente, porque a gente tem tido intenções semelhantes de voto”.

Os candidatos do PSDB para a presidência tentam se despontar como uma terceira via, diante da provável polarização entre Lula e Bolsonaro. “Isso passa nas prévias do PSDB, também com a discussão da candidatura com a cara que o PSDB quer ter, com o estilo que o partido quer ter nesse processo eleitoral viável politicamente”.

Para Eduardo, o próximo presidente do Brasil precisará equilibrar as contas e aumentar a capacidade de investimento. Essa é a maneira para o País avançar, segundo o governador de Rio Grande do Sul. “O Brasil está numa encruzilhada em que se debate, ou ficar como está ou voltar para o passado”.

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto: