O último episódio da nova temporada do Agir Sustentável detalha as cicatrizes econômicas deixadas depois do ano com o maior número de incêndios florestais no Brasil. Além da apuração dos valores financeiros com representantes do setor produtivo, esta edição apresenta como técnicas sustentáveis de produção no campo podem ser aplicadas, em visita a uma fazenda no município de Araçu, em Goiás.
As queimadas destroem lavouras, pastagens e florestas, e reduzem a oferta de alimentos como carne e grãos, o que aumenta os preços para o consumidor e deixa prejuízos aos produtores rurais.
Os dois primeiros episódios desta temporada apresentaram as causas e fiscalização sobre as queimadas e o impacto delas para o meio ambiente e para a nossa saúde.
A apuração dos prejuízos financeiros tem cálculos diferentes, que tentam estimar os diversos tipos de impactos das queimadas, diretos e indiretos, para o setor produtivo. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou estudo no fim de setembro que aponta para perdas de R$ 14,7 bilhões. Já a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que as prefeituras acumularam R$ 1,3 bilhão em perdas de arrecadação.
O consultor jurídico e de Meio Ambiente da CNA, Rodrigo Justus, explica que essas contas são uma aproximação subestimada, já que os problemas econômicos têm efeitos prolongados nas diferentes atividades. Segundo Rodrigo Justus, imagens de satélite vão permitir dados mais precisos sobre os prejuízos. O representante ainda admite que a falta de preparo e de consciência ambiental mantêm os produtores rurais na origem das queimadas, apesar dos prejuízos causados ao próprio setor.
A destruição das bases produtivas, como no caso da pesca no Pantanal, provoca desemprego e queda na renda média dos trabalhadores. Estimativa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que quase 12 milhões de pessoas foram diretamente afetadas por incêndios florestais nas cidades brasileiras desde o início deste ano.
O engenheiro agrônomo e assessor técnico da Federação da Agricultura de Goiás, Thiago Castro, aponta que os produtores são vítimas das queimadas, mesmo quando eles mesmos causam o fogo. Segundo ele, já existem técnicas de produção que eliminam por completo o uso do fogo no manejo do solo.
Alternativa
Os impactos da maior seca das últimas décadas e das queimadas também acumulam efeitos vão desde apagão na rede elétrica no Acre e Rondônia, a temida tarifa vermelha na conta de luz, escassez nos principais rios da Amazônia, que depende da navegação para fazer a economia girar, até o aumento de preços nos alimentos. Mas é possível avançar em técnicas de produção que eliminam por completo o uso do fogo, além de prevenir a ocorrência de incêndios acidentais.
O meteorologista e pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Giovanni Dolif explica quais são as técnicas sustentáveis disponíveis e baratas para os produtores, além de detalhar a realidade do mercado de carbono, que potencializa ações de preservação ambiental no ambiente rural.
No segundo, o apresentador Rubens Salomão e o repórter cinematográfico Hebert Bruno mostram como as técnicas sustentáveis se aplicam na prática. A equipe foi até a fazenda Estância Zequinha, no município de Araçu (GO).
Por lá, receberam explicações detalhadas do Coordenador do Programa de Bovinocultura Sustentável da Emater/GO, Fernando Coelho, além dos assessores técnicos Juscimar Barroso e Elieny de Abreu.
O programa mostra de perto o resultado das técnicas que deixam a terra mais úmida e evitam a ocorrência de fogo. O proprietário, José Carlos Moreira, confirmou que o trabalho de assessoria gratuita da Emater, que ocorre há pouco mais de um ano, já dá resultados para o aumento da produtividade e do lucro na criação de gado.
Agir Sustentável
O Agir Sustentável é um programa que aborda a nossa relação com o meio ambiente e com os recursos da natureza. Na primeira temporada, a Sagres TV apresentou sete episódios sobre conceitos de sustentabilidade, recursos hídricos, saneamento básico e resiliência das cidades e indústrias.
O programa é exibido no canal da Sagres TV 26.1, na Rádio 730 AM, bem como pelo canal do YouTube do Sistema Sagres. A exibição é a cada quinze dias, sempre às segundas-feiras, às 21h.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.