Importantes na geração de energia limpa, painéis solares precisam ser reciclados e reaproveitados ao final da vida útil para reduzir os impactos ambientais. O professor da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Zilles, afirmou que é possível fazer a realocação das peças dos painéis e que a maior parte das peças já possuem cadeia de reciclagem estabelecida.
O caminho é a realocação das peças para outras finalidades e a separação dos componentes para reciclagem. Painéis solares têm cerca de 25 anos de vida útil e sua degradação anual é estimada em 0,5%, pois as peças possuem vidro e alumínio. Além disso, elas tem o material semicondutor de conversão da radiação solar em eletricidade.
Mesmo com a validade de 25 anos, os módulos fotovoltaicos podem funcionar por mais algum tempo depois com potência reduzida. É a partir desse momento que entra a reciclagem das peças, seja para realocar ou para separar os componentes.
“No Brasil, mais especificamente na cidade de Valinhos, em São Paulo, existe a empresa SunR, a qual está à frente das demais na questão da reciclagem de módulos fotovoltaicos. Inicialmente, a empresa foca na recuperação de vidro, alumínio e cobre, com planos de expandir para outros materiais preciosos como prata, chumbo e estanho”, explicou o professor.
Cadeia de reciclagem
A existência de empresas que reciclam os painéis mostra que o produto já possui uma cadeia de reciclagem. Mas Roberto Zilles contou que há movimentos buscando dar segunda vida às peças.
“A reciclagem e a reutilização dos módulos são uma prioridade crescente e o padrão de qualidade para a segunda vida dos módulos está sendo discutido e estabelecido em diversos centros de pesquisa e universidades”, contou.
A existência dessa cadeia, segundo Zilles, é muito importante, uma vez que por causa do vidro, do alumínio, dos materiais semicondutores e os metais preciosos, a capacidade de reciclagem dos painéis chegam a 95%. Para ele, o percentual mostra que os painéis não geram grandes riscos ambientais.
“Evidentemente, o descarte aleatório de materiais na natureza não é interessante, mas pode-se perceber a facilidade de estabelecer essa cadeia de reciclagem, principalmente nos processos mais simples, como o vidro e o alumínio. Quanto aos outros materiais, certamente a indústria de energia solar vai se adaptar e desenvolver métodos para maximizar o reaproveitamento final”, disse.
*Com Jornal da USP
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 12 – Consumo e produção responsáveis.
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