CAMILA MATTOSO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
– O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Luis Antônio Boudens, classifica a inclusão na reforma administrativa de temas de interesses da classe como a retomada da boa relação dos policiais com Jair Bolsonaro.
“Eu acredito que a busca do presidente é a retomada do apoio dos policiais, as últimas reformas trouxeram prejuízo, e agora tem conseguido recuperar. A permanecer esse pontos (incluídos na PEC da reforma administrativa), ele recomeça a agenda com esse grupo”, afirma.
O relator Arthur Maia (DEM-BA), diz Boudens, manteve no texto aprovado na comissão especial a possibilidade de aposentadoria com o salário integral, reajustado como os da ativa, e a pensão por morte para os cônjuges devido à atuação da classe e de deputados.
Os dois pontos eram visto como perdas causadas pela reforma da previdência, apoiada pela base do presidente.
Ainda em março, em reunião com Boudens e os deputados Aluisio Mendes (PSC-MA) e Sanderson (PSL-RS), Bolsonaro prometeu atuar para reverter parte das perdas dos policiais.
Após assumir o ministério da Justiça, Anderson Torres também passou a a trabalhar pela pauta. O presidente da associação afirma, porém, que o ministro e o diretor-geral da Polícia Federal defenderam a inclusão de outros temas na reforma e foram derrotados.
Como a defesa dessas pautas não foi copartilhada com a Fenapef, afirma o policial, houve a primeira ranhura na relação com a cúpula da PF.
“Ele (diretor-geral da PF) poderia coroar o pleito para todos e, infelizmente, por mão própria e com apoio do ministro da Justiça levou um conjunto de pleitos que não são para todos. Aí entrou em cena a primeira discordância entre nós, o primeiro arranhão”, diz.