A Inteligência Artificial (IA) possui as mais variadas aplicações na vida das pessoas e nas profissões. Por isso, Paulo Henrique de Souza Bermejo, pesquisador de tecnologia aplicada à saúde, alertou que é importante que a regulamentação da IA na saúde tenha transparência e segurança dos dados dos pacientes.

“Com o potencial para transformar o acesso à informação, a tomada de decisões baseadas em dados e a interação com os pacientes, as tecnologias de IA estão se tornando mais evidentes e necessárias. Por isso, é essencial garantir que esse material seja adequadamente protegido e utilizado de forma ética, seguindo as diretrizes de consentimento informado e anonimização dos dados”, afirmou.

Bermejo apontou, por exemplo, o uso do ChatGPT, inteligência artificial da OpenAI, que gera texto e pode ser treinada para tarefas complexas e especializadas. Apesar dos benefícios, ele levantou as questões éticas. O Senado Federal discute o Projeto de Lei 2.338/2023 para uso da ferramenta no Brasil.

Entre as questões para a medicina ele coloca a privacidade e a segurança dos pacientes. Assim, Paulo Henrique Bermejo questiona quem seria responsável em casos de vazamento de dados e pelo uso criminoso desses dados?

Transparência

Na opinião  de Paulo Henrique de Souza Bermejo precisa haver “colaboração entre profissionais da saúde, pesquisadores, desenvolvedores de IA e reguladores”. 

“O ideal é que os profissionais de saúde e os pacientes possam não apenas compreender os mecanismos, mas também questionar as recomendações e resultados fornecidos pelos algoritmos. A responsabilidade pelos erros e decisões, realizados com base nas informações trazidas pela IA, é um aspecto igualmente importante a se ter em conta”, disse.

Bermejo sugeriu mecanismos para rastrear e auditar o uso da IA na saúde. Ele apontou como medidas de segurança políticas de privacidade bem definidas sobre a coleta, o armazenamento, o uso e o compartilhamento de informações médicas, sobretudo com a identificação do paciente.

“Uma forma eficaz de proteger a privacidade dos pacientes é a anonimização de dados. Desse modo, ao remover ou modificar as informações que possam identificar a pessoa, a IA pode se valer dos dados para alimentar o modelo, sem que seja comprometida a privacidade do paciente”, destacou.

*Com Ascom Sinerji

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 03 – Saúde e bem-estar.

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