Junior Kamenach
Junior Kamenach
Jornalista, repórter do Sagres Online e apaixonado por futebol e esportes americanos - NFL, MLB e NBA

Resiliência: especialista debate a arte de enfrentar desafios e crescer com eles

A resiliência tem sido um tema recorrente nas redes sociais e em debate sobre comportamento humano. Mas afinal, o que significa ser resiliente? E mais do que isso: essa é uma característica que a pessoa pode desenvolver ao longo da vida?

Essas foram algumas das questões que o programa Tom Maior do Sistema Sagres discutiu, que recebeu a psicóloga Adriane Garcia para uma conversa esclarecedora sobre o tema.

“Se a gente pensar nisso, o que é resiliência, tem muito a ver com adaptação. Como é que a gente se adapta a situações adversas?”, explicou Adriane. De acordo com ela, a resiliência não se resume apenas à capacidade de enfrentar dificuldades, mas também está ligada a fatores individuais, sociais e culturais que influenciam a forma como lidamos com os desafios.

Além disso, Adriane ressaltou que a resiliência vai além de apenas persistir. “Tem muito a ver com entender as mudanças e se comportar de uma forma em que você olha para aquilo que, no primeiro momento, é um obstáculo, mas que também precisa de confiança para ser superado.”

Fatores que influenciam a resiliência

Segundo Adriane, o desenvolvimento da resiliência passa por experiências passadas, especialmente durante a infância. Crianças que crescem em um ambiente onde suas tentativas são incentivadas e reforçadas positivamente tendem a se tornar adultos mais resilientes.

“Se a criança está na escola e a professora não elogia, ou se alguém sempre diz ‘você não dá conta de fazer’, essa pessoa pode crescer com menos resiliência”, explicou.

Por outro lado, indivíduos que foram incentivados a tentar novamente, mesmo diante do fracasso, geralmente desenvolvem maior confiança para enfrentar desafios na vida adulta.

Como fortalecer a resiliência?

Para aqueles que não tiveram um ambiente propício para desenvolver a resiliência desde cedo, ainda é possível aprimorá-la. No contexto da psicologia, uma das abordagens utilizadas é a chamada reestruturação cognitiva, que ajuda a modificar padrões de pensamento negativos e a construir uma mentalidade mais resiliente.

Outro método é a desensibilização sistemática, técnica que consiste em enfrentar desafios de maneira gradual. “Se alguém tem medo de dirigir, por exemplo, pode começar apenas entrando no carro, depois ligando o motor, e assim por diante, até se sentir confortável ao volante”, exemplificou Adriane.

A psicóloga comparou a resiliência ao fortalecimento de um músculo. “Nosso cérebro é treinável, assim como o nosso corpo. Se trabalharmos gradualmente nossa capacidade de lidar com desafios, nos tornamos mais fortes mentalmente e menos propensos ao estresse e à ansiedade.”

Uma habilidade essencial para os tempos atuais

Diante dos desafios da vida moderna, a resiliência se torna uma habilidade indispensável. O último ano trouxe uma série de estudos sobre o impacto da depressão e do estresse no ambiente de trabalho, destacando a importância de cultivar uma mentalidade resiliente.

“Estamos em um momento em que as pessoas precisam muito avaliar como estão e como querem ficar. Precisamos falar de saúde mental todos os dias”, concluiu Adriane.

Seja no trabalho, nos relacionamentos ou diante de desafios pessoais, a resiliência pode ser a chave para superar dificuldades e seguir em frente com mais confiança e equilíbrio.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar

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