Esta segunda-feira (1º/2) foi de definições no Congresso Nacional.O deputado Arthur Lira (PP-AL) foi eleito com 302 votos para a presidência da Câmara dos Deputados. No Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi escolhido por 57 senadores e assume a liderança da Casa para o biênio 2021-2022. Os dois nomes são apoiados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
Em entrevista à Rádio Sagres 730, o professor e cientista político Francisco Tavares, afirmou que o resultado nas duas Casas reforça o projeto político de Bolsonaro. “Com Lira e Pacheco comandando o parlamento, as propostas de emenda constitucional 186, 187 e 188, que reduzem drasticamente o tamanho do estado, comprometendo serviços como saúde, educação, podem passar. E isso vai fortalecer os programas de Bolsonaro e Guedes”, afirmou Tavares.
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O professor ressaltou que esse cenário terá consequências o próximo ciclo político, inclusive no ciclo eleitoral. “Parecem estar corretos aqueles cientistas políticos que dizem que no Brasil contemporâneo não há exatamente um centro político. Aquilo que se chama de centro/direita, aquilo que se apelida de centrão, nos momentos em que há um tencionamento da cena política, eles se aliam rapidamente a extrema direita. A candidatura de Baleia Rossi aparecia como uma candidatura que vinha desde o espectro do centro/direita até a centro/esquerda como uma oposição ideológica a Jair Bolsonaro. A eleição indica talvez que no Brasil a gente tem talvez uma centro/esquerda e dali pra frente desaparece o centro político. Nos momentos de tencionamento esse bloco se junta a extrema direita. Foi assim em 2018. Foi assim nas eleições municipais”, explicou Francisco Tavares.
Ele afirma que essa mesma movimentação pode ocorrer em 2022, ao reforçar que no Brasil não há o que se falar em polarização. “O que acontece é um deslocamento do espectro político ideológico em direção à direita. De tal forma que a extrema direita cresce muito e a esquerda caminha para o centro”.