Uma reunião nesta segunda-feira (17) definiu que o jogo entre Goiás Esporte Clube e Corinthians, que havia sido suspenso no sábado, ocorra com as duas torcidas no Estádio Hailé Pinheiro. A data da partida ainda será marcada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e deverá seguir algumas regras que ficaram acordadas para receber os torcedores de ambos os times.

Leia também: Saiba qual foi o prejuízo financeiro do Goiás com suspensão de jogo contra o Corinthians

Entre os compromissos assumidos que visam à garantia da segurança estão:

  • o Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (Bepe) da Polícia Militar de Goiás comprometeu-se a fazer a escolta dos torcedores membros das torcidas organizadas do Corinthians desde a entrada nesta unidade da federação até o estádio e o seu retorno;
  • o Goiás permitirá a venda de apenas um ingresso por CPF mediante prévio cadastro facial no site. Desse modo, todos os torcedores (de ambas torcidas) somente poderão entrar na arena esportiva por meio de dupla validação (ingresso e reconhecimento facial);
  • o clube promoverá ainda o isolamento, seis horas antes da partida, em volta do estádio, no trecho entre a esquina das Avenidas 85 e Edmundo Pinheiro de Abreu até trinta metros após a rua S-5. Essa região não poderá ocupada por ambulantes, mas apenas torcedores em trânsito para o estádio;
  • o Goiás encaminhará ao Bepe, 24 horas antes da partida, a relação de todos os torcedores do clube visitante devidamente cadastrados e que compraram ingresso.

As medidas foram garantidas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação em Grandes Eventos de Futebol (GFUT), e com os termos de um acordo assinado entre as partes, visando a segurança dos torcedores. O encontro reuniu o coordenador do GFUT, Diego Osório da Silva Cordeiro, e integrantes do Bepe, da presidência da Federação Goiana de Futebol (FGF) e do Goiás.

Assinaram o documento, pelo MPGO, a subprocuradora Laura Maria Bueno e o coordenador do GFUT Diego Osório. Pelo Bepe firmaram o compromisso o tenente-coronel Dário de Araújo Martins, o major Wildey Coelho Bezerra e o capitão Rondinele Souza Oliveira. Assinara ainda o acordo André Luiz Pitta Pires, da FGF e Paulo Rogério de Carvalho Pinheiro, presidente do Goiás.

A informação foi divulgada primeiramente pelo jornal O Popular e depois confirmada pelo MPGO que emitiu nota explicando a decisão e os termos para garantia da segurança.

Relembre o caso

A partida seria realizada na noite do último sábado. Depois de ser procurado pelo Bepe, que alegou risco à segurança dos torcedores, o MPGO recomendou que o jogo fosse realizado com torcida única (a do Goiás). A CBF acatou o pedido mas, após solicitação do Corinthians, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou que ambas as torcidas estivessem presentes.

Diante disso, o MPGO recorreu ao Poder Judiciário, conseguindo uma decisão no Tribunal de Justiça determinando que somente a torcida do Goiás estivesse presente. A poucas horas do jogo, o STJD decidiu adiar a partida.

Em 19 de junho deste ano, quando as duas equipes se enfrentaram na Arena Neo Química (estádio do Corinthians), em São Paulo, a torcida Força Jovem do Goiás sofreu uma emboscada de integrantes das torcidas do time paulista. O resultado foi uma grande batalha campal na Marginal Tietê, com a utilização, inclusive, de fogos de artifícios, barras de ferro e de madeira. O confronto deixou um saldo de várias pessoas feridas e outras 17 detidas.