(Foto: Divulgação)

Com a classe de quem vestiu a camisa da seleção brasileira em três Copas do Mundo e foi uma das estrelas de um dos melhores times de todos os tempos, o meia Rivellino foi o entrevistado especial no A Caminho da Copa, da Rádio Sagres 730. Ainda inconformado pelo vexame de 2014, quando a amarelinha foi derrotada por 7 a 1, o ex-craque está otimista com o time que irá para a Rússia, mas cobra que o técnico Tite defina um capitão.

“Hoje em dia (a escolha de capitão) não é pela postura, é pelo que se faz em campo. O Tite tem essa postura de não ter um capitão fixo, com esse rodízio que ele fala, mas que eu não gosto. Acho que deveria ter um líder, escolher um capitão. Mas vai ser muito difícil ter alguém como o Capita (Carlos Alberto Torres, capitão do tri)”

“Hoje eu não vejo ninguém (com esse perfil). Vejo um pouco o Renato, pela postura, o Daniel, pelo tempo o Marcelo. Hoje se eu fosse escolher um seria o Thiago Slva porque por onde ele passa, ele é capitão. Ele tem essa postura. Mas ele não está jogando, poderia ser titular pra mim porque eu acho um baita jogador. Mas com o Tite, no que ele tem no time principal, seria o Renato (Augusto)”, definiu.

selecao brasil 1970 sitecbf(Foto: Divulgação)

O elenco estrelado de 1970, com Pelé, Tostão, Gérson, Jairzinho e companhia, também trouxe boas lembranças para Rivellino, que, apesar do time ter sido campeão, também tinha problemas internos e conflitos entre os jogadores.

“Quando ganha parece que o ambiente era maravilhoso. O ambiente de 70 não era maravilhoso, havia problema e problema com n jogadores. O importante é que eu não preciso sair com esse ou outro jgoador pra jantar. Eu escolho quem eu quero. Agora o que é importante é dentro de campo, aí sim tem a importância. Abraçar e ter amigo. Tirar as vaidades e focar na conquista. Isso eu via na seleção de 70.

Entrevista na íntegra

Além de comentar sobre a Copa do Mundo de 1970 e desabafar sobre o vexame do 7 a 1, Rivellino também comentou sobre as Copas de 1974 e 1978, as outras duas que disputou, sobre a sua relação com Diego Maradona, a quem o argentino o tem como grande ídolo, e também fez projeções para o Mundial da Rússia em 2018.

Em um papo de 30 minutos, o craque abriu o jogo e você pode conferir toda a entrevista, que foi veiculada em partes no programa A Caminho da Copa.

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Reverência a Zagallo

O técnico que colocou brilhantismo na seleção de 1970 foi Mário Jorge Lobo Zagallo, a quem Rivellino tem grande admiração.

“Muita gente critica o Zagallo, fala que só dava as camisas ou que dava a 10 para o Pelé e jogava para cima o resto. Isso é mentira. A seleção com o (João) Saldanha (técnico anterior), em 1969, que pregava pra gente, com dois pontas ofensivos. E o Zagallo mudou, ele teve importância enorme.

“Foi um p… treinador. Falava a nossa língua, não era de professor. Era o Zagallo. Ele dava a liberdade para gente falar. Quando ele me colocou na ponta esquerda, algo que eu nunca imaginava. Eu virei pra ele e falei ‘o que você quer de mim? Eu não sou ponta-esquerda, não vou parar ali, não vou jogar’. Aí ele disse que eu tinha liberdade, poderia jogar na direita, mas que eu fechasse o espaço com o Gérson e o Clodoaldo. Não limitou o meu espaço”.

Vexame dos 7 a 1

Com apenas nove derrotas nos 90 jogos que defendeu a seleção brasileira, Rivellino jamais foi goleado, muito menos por 7 a 1, como a equipe brasileira foi em 2014, para a Alemanha, em Belo Horizonte. Ainda inconformado com o vexame canarinho, Rivellino disparou críticas ao time e que isso jamais será apagado.

derrota para alemanha 5(Foto: Divulgação)

“O problema de 50 viveu até o 7 a 1. Agora vai ser só o 7 a 1. Eu nunca imaginei isso na minha vida. Olhei todos os meus jogos na seleção brasileira, quantos eu tomei. O máximo foi três gols, em duas vezes só. Jogando em casa, com o público, tinha tudo para ser campeão.

“Não deu liga. Antes a bola do Chile, que bateu na trave, aos 40 minutos e pouco do segundo tempo, tivesse entrado (oitavas de final, quando o jogo estava empatado. Nos pênaltis, o Brasil venceu), que a gente sairia naquele momento e seria até mais honroso.

roberto rivellino sagres 730 a caminho da copa entrevista(Foto: Divulgação)

Ficha técnica*

Nome: Roberto Rivellino
Idade: 66 anos (1º/1/1946)
Naturalidade: São Paulo
Participações em Copa do Mundo: 3 (1970, 1974 e 1978)
Títulos pela seleção: Copa do Mundo (1970), Copa Roca (1971 e 76), Taça Independência (1972), Mundialito de Cali (1977) e Torneio Bicentenário dos Estados Unidos (1976);
Jogos: 90
Gols: 25

*Estatísticas por Dennis Woods.

> Ouça o podcast completo da edição desta quinta-feira (1º) do programa A Caminho da Copa diariamente na Rádio Sagres 730 AM, às 13h30 (ao vivo) e 22h (reprise).

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