Roupa social, salto alto, uniforme. Se você já está inserido no mercado de trabalho provavelmente já precisou se adequar a algum ambiente com roupas diferentes do que você costuma usar no seu dia a dia. Ter um manual de vestuário é muito comum, mas diversas empresas têm adotado um código mais flexível.
A consultora de imagem Jéssica Hander explica que a moda é um sistema que expressa um modelo de comportamento, e não está diretamente ligada ao que vemos na Tv ou nas passarelas. Segundo a especialista, nossas roupas são uma forma de comunicar algo para alguém.
“No nosso dia a dia nossas roupas devem ser um facilitador para que a gente se expresse em determinados espaços onde a gente transita. A moda também é comunicação, então é necessário saber qual informação você pretende passar naquele ambiente” explica.
A consultora ressalta que cada espaço vai cobrar um tipo de postura e isso é natural. A questão é ter bom senso para se adaptar.
“Isso muitas vezes não está implícito, está velado. Por isso, é importante observar cada espaço e cada pessoa para entender o que será mais adequado em ambientes diferentes”, ressalta.
Casual day
Roupas mais leves, jeans e acessórios e porque não algumas estampas. Esses foram os looks escolhidos por alguns dos funcionários de uma empresa que adotou o casual day, uma prática empresarial criada nos anos 50 que permite que os funcionários trabalhem sem o uniforme ou com roupas mais casuais uma vez na semana.
A gestora de RH Thais de Paula conta que a empresa adotou o casual day como uma forma para aliviar o estresse que é acarretado pelo formato de trabalho, sem o contato pessoal com os clientes apenas remoto.
“Nossa empresa tem um dress code padrão de segunda quinta-feira com o uso de uniforme e crachá. Na sexta-feira a gente deixa os colaboradores mais livres para escolher o que vestir, mas com algumas regras. Temos algumas orientações por questão da identidade organizacional da empresa, entendendo que existe toda uma cultura organizacional”, esclarece.
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Opinião do colaborador
Mas será que ter permissão para mostrar um pouco mais sobre a sua personalidade apenas um dia na semana já faz diferença para os colaboradores? A resposta é um sonoro sim. De acordo com a coordenadora de vendas, Patrícia Costa, os funcionários costumam mandar mensagens perguntando sobre o casual day.
“Os colaboradores ficam muito animados e a gente vem trabalhar mais leve. Gera uma expectativa, eles trazem mais animação para o ambiente de trabalho e a gente sente que os resultados também melhoram”, afirma a coordenadora.
O consultor de vendas, Lemuel Barros, é um dos funcionários que esperam ansiosos pela sexta-feira. Segundo ele, o casual day afeta todo o ambiente e é muito bom se sentir confortável, o que faz com que ele e os colegas sejam mais produtivos.
“Todo mundo tem a oportunidade de vir com a sua melhor roupa e vai transmitir uma energia diferente na sexta”, diz o consultor.
Casual no trabalho
Se os benefícios de poder escolher o que vestir, no casual day, já são notados, imagina a diferença que isso pode fazer se implantado todos os dias da semana. Essa foi a medida escolhida pelo cabeleireiro e empresário, Mateus Rodrigues da Silva, para aumentar a produtividade e criatividade dos colaboradores.
“A ideia foi deixar todos mais confortáveis para exercer o ofício que temos que fazer todos os dias. Eu sinto que a disposição para o trabalho é melhor, em Goiânia está fazendo muito calor e eles podem optar por roupas mais leves e os clientes elogiam bastante pelo ambiente ser mais informal”, pontua.
A cabeleireira, Lorena Araújo, mostra toda sua criatividade na forma de se vestir, maquiagem e corte de cabelo. Segundo ela, a medida é prática e libertadora.
“A gente pode mostrar a nossa personalidade, então eu acho que isso agrega bastante nos atendimentos”, conta a cabeleireira.
Criatividade
E por aqui é assim: cabelos soltos, tatuagens à mostra, cropped e muita criatividade na hora de escolher o look, atitude que vira inspiração para os clientes.
“Eu me sinto muito mais feliz assim, por poder ser eu mesmo e encontrar pessoas que gostam de ser elas mesmas, isso é muito. Os clientes adoram e vem da forma que eles se sentem à vontade. É maravilhoso poder trocar informações e se sentir livre”, frisa o cabeleireiro, Gabriell Chocolate.
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