O deputado federal Rubens Otoni (PT) concedeu nesta segunda-feira (04) uma entrevista exclusiva à Rádio 730. Na ocasião, Otoni avaliou a possibilidade de aprovação da reforma política e opinou sobre as articulações que têm sido formadas nos âmbitos regional e nacional para as eleições de 2018. 

No dia 31 de agosto, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff completou um ano, depois que o senado julgou, por 61 votos favoráveis ao impedimento e 20 contrários, que ela cometeu crime de responsabilidade no caso das ‘pedaladas fiscais’. 

Após a decisão dos senadores, Michel Temer (PMDB) assumiu como presidente de forma definitiva.Ao fazer uma análise de conjuntura sobre o primeiro ano do governo Temer, o deputado Rubens Otoni disse que o mesmo congresso que condenou Dilma, ao invés de combater a corrupção, tem sido tolerante com a prática desse tipo de crime. “A corrupção do governo Temer tem fortalecido o PT. No desastre que está a política nacional, o PT continua sendo o partido que tem mais credibilidade no Brasil”, opina. 

Ainda segundo o deputado, Michel Temer perdeu força política depois que as delações dos executivos Wesley e Joesley Batista – donos do frigorífico JBS – vieram à tona. “Na votação do impeachment a oposição ao governo petista teve 365 votos na Câmara. Já naquela votação em que a Câmara arquivou a denúncia contra o Temer, eles tiveram 263 votos, 100 votos a menos do que eles tiveram no ano passado. Matérias como reforma política demandam mais de 300 votos. O governo não tem votos suficientes para aprovar essas matérias”, destaca.

Não é segredo para ninguém que o PT pretende, prioritariamente, lançar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência no ano que vem. No entanto, a candidatura pode não ser viabilizada pela justiça, visto que o ex-presidente está sendo investigado na Operação Lava Jato e acusado de ter cometido irregularidades na compra do tríplex do Guarujá. 

Ainda não dá para saber se Lula será candidato ou não em 2018. É preciso aguardar a sentença do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, órgão responsável por analisar possíveis recursos do Ministério Público e da defesa do líder petista. Contudo, segundo Rubens Otoni, Lula será o candidato do PT e não existe “plano B”. “Nós já temos o nosso pré-candidato, que é o Lula. Ele será candidato, até porque, as tentativas de inviabilizar a candidatura dele estão dentro do campo jurídico. E na justiça existem os recursos que precisam ser julgados. Não há tempo hábil para julgar esses recursos”, enfatiza. 

Em julho deste ano, Lula foi condenado, em primeira instância, a 9 anos e seis meses de prisão em um dos cinco processos a que responde na Justiça, referentes ao caso do tríplex. Na época, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, considerou que o petista cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro ao ser o beneficiário de R$ 3,7 milhões em propina da construtora OAS. Se o ex-presidente for condenado em segunda instância, ele poderá ser impedido de eleger-se novamente.

Acompanhe a entrevista completa:

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