No podcast #37, o tema principal remete aos desafios enfrentados pelo Peru que vive uma crise institucional. Esta tensão entre o presidente do Peru, Martín Vizcarra, e o Congresso que levou o país a um grave impasse institucional nesta semana. O primeiro movimento foi a decisão do presidente de dissolver o parlamento e convocar novas eleições para 2020. A frase da semana será o presidente do Equador que decretou estado de exceção para combater manifestações.

(Foto: El Comercio/Site)

O Peru entrou em crise política nesta semana, e foi iniciada uma briga pelo poder. O presidente do país, Martín Vizcarra, anunciou que dissolveu o Congresso e convocou novas eleições após sofrer uma derrota no Parlamento. Em retaliação, o Congresso, controlado pela oposição, ligados ao ex-presidente Fujimori, aprovou a suspensão “temporária” por um ano de Vizcarra por “incapacidade moral”, e nomeou como presidente interina a vice-presidente do parlamento, Mercedes Aráoz.

Em resposta, Vizcarra marcou eleições legislativas para 26 de janeiro 2020 e também nomeou o ministro da Justiça, Vicente Zeballos, como novo primeiro-ministro do país. Forças Armadas e a polícia do Peru declaram apoio ao presidente Martín Vizcarra. O país vive agora um impasse institucional, com dois presidentes, Vizcarra e Aráoz.

A oposição fujimorista compõe maioria no Legislativo peruano e se articulava para nomear 6 novos membros dos 7 assentos do Tribunal Constitucional (TC), equivalente ao nosso Supremo Tribunal Federal (STF). 

As frases bem ou mal ditas por aí…

A frase da semana fica por conta do presidente do Equador, Lenín Moreno, que decretou “estado de exceção” em todo o país, nesta semana, frente aos protestos contra a alta de até 123% no preço dos combustíveis. Com a decisão, o governo pode enviar militares para conter as manifestações.

“Com os delinqüentes, não dialogamos. Com aqueles que antes roubavam do erário público, roubavam do estado e agora fingem manifestação, não vamos dialogar. E garanto: não vou mudar de opinião. Que fique claro. Mas vou trabalhar sim para encontrar paliativos e incentivos para os que podem ter sido afetados pela medida”, avisou.

O estado de exceção permite ao presidente do Equador prerrogativas como suspender ou limitar o exercício de direitos como:

1) inviolabilidade de residência

2) inviolabilidade de correspondência

3) liberdade de trânsito

4) liberdade de associação e reunião

5) liberdade de informação

6) censura prévia aos meios de comunicação – desde que com relação estrita com os motivos do estado de exceção

7) emprego das forças armadas e da polícia nacional e chamar ao serviço ativo toda a reserva ou parte dela

8) usar fundos públicos destinados a outros fins, exceto os correspondentes a saúde e educação

O novo presidente aproximou o Equador dos mercados após anos de governo de esquerda. Assim, Moreno alinhou as políticas a um empréstimo de US$ 4,2 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Músicas comentadas neste Episódio

Adolfo Echeverria Y Su Orquesta – Amanciendo

Los Destellos de ENRIQUE DELGADO

Son de los Diablos

Truth hurts – Lizzo

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O “Sagres Internacional” vai ao ar todo sábado, a partir das 14h, no site Sagres Online. No domingo, a partir das 10h, na Rádio Sagres 730, de Goiânia-GO. Você também pode acompanhar pelo Sound Cloud, Spotify, Deezer, ITunes e Google Podcasts. O programa traz um enfoque apurado e contextualizado das relações globais e de seus efeitos para as comunidades locais.