Quando iniciou a reforma no início deste ano, o Atlético Goianiense esperava ter o Estádio Antônio Accioly já nas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro da Série A. Entretanto, com a pandemia do coronavírus, a paralisação das obras por conta dos decretos e principalmente a perda de seu principal patrocinador nesta empreitada acabaram atrasando a reinauguração da praça esportiva.

Após ter o desejo de iniciar o Brasileirão em casa frustrado, a nova meta da diretoria era utilizar o Castelo do Dragão nas partidas de setembro e isso novamente não deverá acontecer. Segundo Sebastião Santana, vice-presidente do Atlético e a pessoa que está à frente das obras, faltam poucos detalhes para a reabertura no próximo mês.

“Estamos no final de obra, mas sempre nesse estágio aparece uma coisa ou outra. Nós fizemos uma intervenção grande na parte de irrigação e captação de água do Accioly, então foi feito um trabalho neste período que não estava previsto e isso nos atrasou um pouco. A parte da iluminação está pronta, agora só está faltando colocar uns sinalizadores por conta da altura as torres, medida de segurança para aviões e helicópteros. O jogo programado (para reabertura) é no dia 12 de outubro, às 20h, contra o Red Bull Bragantino”, disse em entrevista à Rádio Sagres.

Além de se adequar às exigências da Confederação Brasileira de Futebol aumentando a capacidade de público para cerca de 12.200 a 12.500 torcedores e a iluminação para 1600 lux, outras melhorias também poderão ser vistas após a liberação.

“A cobertura dos bancos (de reserva) agora são policarbonatos, fizemos uma reforma boa nas entradas dos túneis e a parte da captação de água de todo o Estádio Antônio Accioly. O torcedor não vai perceber muito, mas é uma parte cara e que nos deu bastante trabalho. Na parte externa nós fizemos um paisagismo e quem passar pela Avenida 24 de outubro já vai perceber, enquanto isso o museu e a lanchonete ficaram para posteriormente, vamos esperar a questão do (retorno) do público”, explicou Sebastião.

“Tivemos intervenções menores que quando o torcedor puder ir lá vai perceber, como o maior bar do estádio está localizado embaixo da arquibancada da 24, um banheiro familiar que não tinha, mais banheiros para a torcida visitante que voltar a ter público e a sala do VAR que foi feita com toda a estrutura que a CBF pediu”, completou.

De acordo com o dirigente esse mecanismo de captar a água das chuvas vai evitar poças no gramado e posteriormente ajudará na reutilização dessa água para irrigação e até mesmo limpeza de outros pontos do estádio. Todos esses ajustes provocaram também uma reforma no gramado e no sistema de drenagem.

“Ficou um dos melhores gramados do país, eu acredito. O time até deve começar a fazer alguns treinamentos lá para testar a iluminação e a questão do gramado também”, afirmou Sebastião Santana

Investimento

Sebastião Santana nos estúdios da Sagres (foto: Sagres Online)

Além de fugir do planejado na questão do tempo de duração, a obra também teve um orçamento maior do que o previsto no início da reforma.

“É um obra que saiu um pouco do nosso orçamento, que a gente tinha feito uma previsão menor até porque não nos nossos planejamentos esta questão de captação de água. Mas acredito que ficará em torno de R$ 6 milhões, no máximo 7 milhões. Temos algumas coisas para fechar ainda, mas acredito que ficará nesse patamar aí que para estádio não é um valor tão alto”, revelou o dirigente à Sagres.

O impacto financeiro também encontrou impecilhos por conta da pandemia, já que o Atlético-GO perdeu seu patrocinador máster durante o período em que o futebol esteve paralisado. O acordo com a Estadium.bet previa que o recurso fosse todo para a reforma do Antônio Accioly e sem o apoio financeiro, as conclusões foram afetadas.

“O Atlético tem um orçamento muito curto e essa obra era pra ser bancada por um patrocinador que tinha um contrato mais longo com o clube, mas com a pandemia se tornou uma situação inviável para ele e nós tivemos que bancar um pouco”, pontuou o vice-presidente rubro-negro.

Por fim, Sebastião Santata explicou que dificilmente o clube conseguirá quitar todas as dívidas adquiridas durante as obras até o fim de 2020 mesmo com as negociações do meia Jorginho e também do atacante Renato Kayzer. Por isso, será fundamental a permanência do Dragão na Série A visando uma temporada mais tranquila financeiramente em 2021.

“Talvez o Atlético-GO não consiga saldar essa dívida toda até o final do ano, mas nós fizemos a opção por terminar essa parte do estádio porque se não, não jogava. É uma dívida consolidada, mas nada fora do normal. Não tirou dinheiro do futebol, o orçamento do futebol continua o mesmo. Mas agora teremos que “parir um porco espinho” para chegarmos no final do ano com uma situação financeira razoável, acreditando muito que vamos ficar na Série A, isso é uma parte fundamental para nós”, ressaltou.

Ouça na íntegra a entrevista de Sebastião Santana na Sagres: