Foto: Octacilio Queiroz

 

Depois de ser suspensa pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) no início do mês por divergências com o secretário de desestatizações do Ministério da Economia, Salim Matar, a Oferta Pública Inicial (IPO), da Saneago segue parada por conta de “fatores externos”. A confirmação é do presidente da estatal, Ricardo Soavinski. Buscada desde a gestão tucana, a venda de 49% da empresa foi aprovada pela Assembleia Legislativa no fim de 2019 e tem detalhes sobre o processo, sob sigilo, por regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para evitar especulações sobre os valores das ações. O presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, garante que todos os passos foram dados pelo Governo Estadual e pela gestão interna da empresa, mas agora a decisão de fazer a Oferta Pública Inicial de ações ainda depende de “fatores externos”.

“Durante o ano passado todo, estava previsto no plano de ação deste governo e da diretoria um trabalho interno: fortalecer a governança, fortalecer toda a gestão financeira, ter um plano de negócio para a Companhia onde aponte todos os investimentos, ou seja, como isso vai se dar ao longo do tempo”, argumentou  Soavinski. O presidente da estatal alegou que nenhuma empresa tem condição de abrir seu capital com ressalvas no balanço e celebrou a lei que autorizou a venda de 49% ou até 49% das ações

“Isso já estava autorizado, como falei várias vezes. Mas ela modernizou, a lei trouxe as regras atuais da CVM e isso foi aprovado ainda no final do ano, que é até 49%. Quando vai ser feito, depende muito de fatores externos, isso que o governador entendeu. Enquanto não votar o Projeto de Lei (PL), que foi votado na Câmara e tem que passar pelo Senado, tem uma série de questões externas, que a gente tem que esperar, ter um panorama externo, que aí a gente não tem governança, pra daí saber exatamente quando será feito, inclusive quanto”.

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De acordo com Soavinski, existia uma lei de 52 anos atrás que já autorizava a venda de até 49% das ações da Saneago. O presidente da estatal afirmou que já havia mencionado essa lei várias vezes, em audiência pública, na Câmara, nas reportagens. “Ela foi só mantida, aquela autorização, porém trazendo aos dias atuais que lá dizia o seguinte, por exemplo, que só poderia vender no mercado nacional e para pessoa jurídica. De lá para cá mudou muito. Hoje é quade tudo pela internet, física, jurídica, o mundo inteiro compra as ações, coloca na bolsa e elas ficam abertas. Essas atualizações foram feitas, eu diria que a gente cumpriu a meta e terminou o ano, inclusive com a lei atualizada, o que nos permite fazer. Claro que depende muito de um ambiente externo”.

Ricardo Soavinski negou que a Saneago tenha reduzido investimento enquanto espera pela venda das ações e argumentou que não pode falar de “algumas questões” sobre insvestimentos por estar em processo de IPO. “Não tem investimento reduzido, muito pelo contrário, o que aconteceu foi que nesses últimos anos, teve um decréscimo realmente de investimentos, isso foi retomado, nós estamos licitando a toda semana novas obras”. Soavinski alegou que o resultado terá demora devido aos processos de licitações. “Você tem que contratar obra, ou seja, fazer projetos, licitar, contratar, fazer obra e ir pagando. Então, efetivamente, o que sai do balanço e que aparece, que é publicado, esses valores demoram um pouco a ter uma retomada. Mas em volume de obras licitadas, toda semana tá saindo obra”.

Para exemplificar o posicionamente da empresa sobre investimentos, Soavinski lembrou do investimento de mais de R$ 70 milhões em quatro etapas de adutoras em Aparecida de Goiânia. “E tem muitas outras, aqui em Goiânia já fizemos várias licitações, inclusive de esgoto no Setor Noroeste. Em Anápolis, já fizemos algumas e outras virão com esse novo contrato. Em todo o Estado isso está acontecendo. Os investimentos estão sendo retomados e em volume bastante significativo, teremos bons resultados. E é isso que precisa ser feito, o saneamento expandido, levar saneamento a outras pessoas que ainda não tem e precisa também ser melhorado onde já é atendido, ou seja, com qualidade e regularidade”, pontuou.

Contrato com a Prefeitura de Anápolis

O presidente da Saneago confirmou que foi finalizada a negociação com a Prefeitura de Anápolis e que a renovação do contrato de prestação de serviços da empresa estatal na cidade vai ser assinado. “A Saneago, não só com o município de Anápolis, mas com diversos municípios, como Goiânia, conseguiu assinar o novo contrato no final do ano.  Nós fomos fazendo as tratativas, detalhando todos os investimentos que devem ser feitos em Anápolis ao longo do tempo, incluindo a possibilidade de um reservatório e um trabalho bastante aprofundado também na Bacia do Piancó e demais possíveis ribeirões que sirvam de manancial de abastecimento”.

Soavisnki disse que visitou a região da bacia do Piancó, gostou do que viu, mas espera fazer mais. “A gente sabe que ali a vazão não é muito grande nesses ribeirões e tem uma demanda pelo uso dos produtores rurais, ou seja, diversos usos. Isso tem que ter uma gestão muito qualificada. Tive o prazer de conhecer o trabalho dos produtores rurais, aprofundando cada caso, e eles já têm um trabalho muito bom, foi investido bastante na conservação das bacias”.

Ricardo Soavinski afirmou que, “considerando tudo isso, eu tenho fé e creio fortemente que muito em breve a gente estará assinando esse novo contrato”. O novo contrato da Saneago com a Prefeitura de Anápolis deve ser assinado na quinta-feira (27), com a presença do prefeito Roberto Naves (PP) e do governador Ronaldo Caiado. A parceira deve durar por mais 30 anos e segundo Soavinski, a expectativa na estatal é de que a renovação pese positivamente na avaliação externa da empresa. A estatal ainda terá que pagar uma compensação financeira ao município de Anápolis, valores relativos ao restante do atual contrato, como ocorreu em Goiânia.

Assistam ao Manhã Sagres de hoje (25)

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*Reportagem de Rubens Salomão