A reunião anual do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, começou no início da semana e segue até a sexta-feira (19). Com o lema “Reconstruindo a confiança”, o encontro deste ano discute os principais assuntos da humanidade com líderes políticos e empresariais do mundo inteiro. Um dos destaques da reunião é a redução dos alimentos ultraprocessados e a diversificação dos produtos agrícolas.

O Fórum lançou nesta semana o estudo: Transformando o Sistema Alimentar Global para a Saúde Humana e a Resiliência. O documento é, portanto, um alerta contra os ultraprocessados e um compromisso com quem produz alimentos saudáveis, econômicos e acessíveis, e promove a saúde humana.

Com o então estudo, o Fórum quer transformar o panorama atual da alimentação, desde a produção agropecuária aos hábitos alimentares das pessoas. No entanto, o documento destaca que os “interesses consolidados” dificultam essa mudança.

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Revolução verde x crise climática

A Revolução Verde mudou as práticas agrícolas no mundo com o alto investimento em pesquisas e a substituição dos métodos tradicionais de agricultura para uma maior industrialização do manejo e a introdução de químicos. Assim, o método amplamente utilizado em todo o mundo aumentou a oferta de alimentos e freou grande parte da fome no planeta.

Mas, no mundo atual, o mesmo método representa risco à saúde humana e à sustentabilidade da vida no planeta. O professor de Saúde Pública da  Universidade de São Paulo, Ricardo Abramovay, afirmou que o cenário atual é outro.

“Esse método funcionou durante 30 anos, só que a crise climática se materializou em eventos extremos cada vez mais recorrentes, como a seca. Isso está mostrando a inviabilidade daquilo que foi o método pelo qual a humanidade conseguiu combater a fome, temos que encontrar outro método”, disse.

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Saúde e sustentabilidade

Hoje temos acesso a quatro tipos de alimentos: naturais, minimamente processados, industrializados e ultraprocessados. O Fórum destaca que o último grupo é artificial, seja no sabor, na textura, no aroma, cor e aparência. Os ultraprocessados contribuem para o alto índice de pessoas com sobrepeso ou obesidade por causa do excesso de gorduras e a falta de nutrientes necessários para o ser humano.

O Fórum ainda associa esse grupo de alimentos a doenças cardiovasculares e a diferentes tipos de câncer. “A conclusão do Fórum é que precisamos urgentemente diversificar o sistema agroalimentar, não só a alimentação, tem que diversificar o conjunto do sistema, inclusive no que se refere à oferta de produtos animais”, explicou o professor.

O Brasil ocupa a presidência do G20 desde dezembro do ano passado e assumiu o compromisso de combater a pobreza e a desigualdade na gestão. Dentro dessa proposta está a promoção de um sistema agroalimentar que favoreça a saúde e proteja o meio ambiente, sendo o meio de produção e o consumo sustentáveis.

*Com informações do Jornal da USP

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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).