Com abordagem sobre as consequências da pandemia da Covid-19 para o jovem brasileiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou o livro Jovens e saúde: revelações da pandemia no Brasil. Em entrevista à Sagres, um dos organizadores da publicação e coordenador da Agenda Jovem Fiocruz, André Sobrinho, revelou que as pessoas mais afetadas foram as não binárias e as mulheres.

Assista a entrevista completa:

“As mulheres jovens, também, pelo fato de que elas precisaram ter mais responsabilidade em termos de cuidado, não só com a própria vida, mas também da família e com o trabalho, pois elas foram mais admitidas como cuidadoras. Por isso elas ficaram mais expostas ao coronavírus, entendendo o cuidado não só da família, mas também como profissão”, detalhou.

Para chegar a essa conclusão, André contou que os pesquisadores separaram as análises quanto à educação, com as restrições que afetaram do ponto de vista da trajetória educacional; e em relação ao trabalho, com esforços sem a garantia de proteção e preservação à saúde. “E o tema da saúde mental perpassa por esses fatores”.

O coordenador explicou que, apesar do livro elaborado a partir da pandemia, o objetivo é desconstruir mitos corriqueiros sobre os jovens. “Como a juventude está numa fase plena de vitalidade, há um achismo de que ela não precisa se ocupar de cuidar da saúde e a gente sabe que isso é mito, tanto que dados epidemiológicos e socioantropológicos da saúde revelam que a juventude necessita efetivamente de ter esse cuidado”.

Assim, André destacou que é importante preserva a saúde mental da juventude e garantir direitos à educação, além de trabalho decente. “Essa juventude é a faixa etária mais submetida a exploração de trabalho, precário e desprotegido. Então isso afeta a saúde mental e física. A pandemia ajudou a revelar isso”, concluiu.

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