O Centro de Referência Estadual da Igualdade da Secretaria de Desenvolvimento Social do Governo de Goiás vai passar a atender pessoas vítimas de violência física e psicológica do público LGBTQIA+, sigla para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros, intersexo e assexual. A ação é resultado de convênio da Superintendência dos Direitos Humanos com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).

O gerente da Diversidade Sexual da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, Rogério Araújo, explica que a violência contra o público LGBTQIA+ no Brasil é um processo cultural.

“A manifestação da violência é fruto do próprio preconceito e desconhecimento por parte da população de alguns grupos. A cada 16 horas um LGBT é morto no Brasil”, afirma. “Essa violência é fruto da incompreensão, da intolerância e do preconceito que a sociedade ainda tem contra os LGBTs”, complementa.

Para Rogério Araújo, há um contrasendo na sociedade brasileira em relação ao público LGBTQIA+. “À medida em que o público LGBTQI+ vai conquistando seus direitos, a proporção também da violência se torna maior, talvez por ter dado uma visibilidade maior a esse grupo, os LGBTs, e também a busca por direitos. Parece até um contrasenso pensarmos isso, mas de fato quanto mais visibilidade, quanto mais eles buscam pelos seus direitos, parece que a sociedade vem reagindo com mais violência e preconceito”, analisa.

O processo de formalização do novo convênio com a PUC-GO já está em andamento. Toda a documentação e o plano de trabalho estão sob análise e, assim que for formalizado, será dado início aos atendimentos. Rogério Araújo afirma que entre os próximos passos está a capacitação de pessoas para atendimento ao público LGBTQIA+, e destaca que as pessoas sejam atendidas em todo o estado, não apenas em Goiânia.

“Não adianta a gente gerar uma demanda, começar a divulgar esses serviços se os indivíduos começam a chegar nessas unidades e eles não têrão, de fato, acolhimento especializado. É necessário capacitar essas equipes para terem a compreensão das singularidades e das demandas que esses grupos irão levar a essas unidades para que a gente possa expandir esse atendimento não somente em Goiânia mas para os 246 municípios do Estado de Goiás”, pontua.

Confira a entrevista na íntegra no STM #152