Depois de concluir o processo de planejamento para o retorno às aulas, a Prefeitura de Goiânia pretende atacar nas próximas semanas demandas de estruturação da rede municipal de Educação. Entre as prioridades e desafios, está a implantação de um sistema de tecnologia da informação, segundo explicou a secretária Giselle Campos, em entrevista exclusiva à coluna.
“Vamos começar a olhar para o funcionamento e para a organização da nossa rede. Vamos olhar para toda essa tecnologia da informação que a gente precisa para ter dados. Nós não temos clareza dos nossos dados. Esses são desafios. Se me perguntar sobre o número de professores modulados, sobre atividades de auxiliares educativos, nós não sabemos ainda. Não temos isso com muita clareza”, admitiu a secretária.
A ex-superintendente de ensino infantil e fundamental da Secretaria Estadual de Educação adianta que o processo foi iniciado já para organizar a volta às aulas neste ano. “Nós temos problemas, né? Nós sempre tivemos problemas aqui de matrícula e tivemos que reorganizar para não ter nenhuma intercorrência no período para 2025. Fizemos isso junto com outras secretarias que têm trabalho na área de tecnologia, para que tivéssemos um período de matrícula tranquilo”, conta.

Desafios
Além da informatização, Giselle Campos afirma que a transição de administrações na Prefeitura de Goiânia apresentou problemas para a retomada dos trabalhos em 2025. “Já repassamos dinheiro para as escolas no começo do ano para elas se organizarem com pequenas reformas e material de expediente. Os desafios que eu encontrei aqui são para fazer com que as escolas funcionassem agora no início do ano. Agora que começou a funcionar e a volta às aulas foram um sucesso, nós vamos começar outros desafios”, aponta.
Desconhecimento
“Nós vamos cuidar desse sistema de informatização da secretaria, além de cuidar de obras paralisadas e da nossa gestão enquanto rede. As escolas voltaram a funcionar e está tudo certo, mas vamos tratar da formação dos professores e fazer levantamentos daquilo que a rede precisa. Tem muita coisa que se me perguntar hoje, eu não vou saber dizer”, reconhece.
Vagas
Na última segunda-feira (20), 108 mil estudantes e crianças iniciaram o ano letivo em 381 unidades de educação. A retomada, segundo Giselle, foi “um sucesso”, mas 5,5 mil crianças de até 3 anos seguem sem vaga em Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI). A meta, de acordo com a secretária, é realocar 2,5 em vagas “ociosas” nas unidades da própria rede. Depois, haverá a busca por parcerias com entidades filantrópicas e privadas, com a meta de zerar o déficit ainda no primeiro semestre de 2025.
Servidores
Giselle aponta que ainda não tem resposta para demandas em acúmulo junto aos servidores da pasta, depois de primeira reunião com a presidente do Sindidato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação de Goiás (SINTEGO), Bia de Lima. A categoria cobra o pagamento do piso nacional dos professores, a adequação de progressões atrasadas para professores e administrativos e o plano de carreira dos administrativos.
‘Ainda nada’
“Por enquanto, é muito difícil estabelecer uma resposta, fazer um cronograma e entender como isso pode acontecer, porque nós nem fechamos ainda o primeiro mês contábil. Assim que a gente tiver uma organização sobre o que a Educação tem de dinheiro em caixa, porque estamos em uma crise muito grande, aí nós vamos chamar todos para conversar e pensar em uma proposta”, avalia a titular da SME.
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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.