Fátima Mrue (Foto: Sagres On)

Em entrevistas concedidas à Rádio Sagres, a Secretária Municipal de Saúde, Fátima Mrué, e o tesoureiro da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás, Álvaro Soares de Melo, debateram sobre a polêmica das ocupações das UTIs na capital. Em depoimento á CEI da Câmara, que investiga irregularidades na secretaria, a gestora afirmou que somente nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, os hospitais recusaram 81 pacientes usando justificativas não convincentes.

Fátima Mrué confirma que na capital existe uma lista de leitos de UTI ociosos, mesmo com fila de pacientes que aguardam vagas.

“A função do complexo regulador de Goiânia, é identificar um leito de UTI contratualizado e disponível com aquele perfil de necessidade do paciente. Então regular esse paciente para esse leito devido. E ao hospital, seja público, privado ou filantrópico, cabe receber o paciente. E o que nós encontramos foi essa dificuldade, a baixa taxa de ocupação”.

O secretário da associação dos hospitais, Álvaro Soares, aponta que estas vagas são reguladas pela Secretaria Municipal de Saúde.

“Quem faz o controle das vagas de UTI, é a própria regulação. Quando o hospital, a UTI, dá uma alta hospitalar, dá uma alta de UTI, imediatamente essa vaga sai na regulação, e o regulador é que decide qual é o paciente que vai ocupar. Não é o hospital que nega a vaga”.

O representante dos hospitais destaca ainda que as unidades não ganham nada com as UTIs vagas.

“Eu ouvi também, falando que o hospital escolhe o perfil do paciente para receber. Isso também não procede, porque a UTI recebe é pelo número de diárias que o paciente fica”.

Para solucionar o problema, Fátima Mrué detalha modificações que foram feitas na regulação das vagas por parte da secretaria.

“Nós mudamos esse processo de trabalho. Pedimos para que eles disponibilizassem a escala desse núcleo de regulação interna, passamos a construir um texto padrão, que nós enviamos por e-mail e fazemos a ligação. Nós não precisamos agora, ficar discutindo com diversas pessoas dentro da instituição. Então nós regulamos o que está na portaria da Política Nacional de Regulação”.

Goiânia conta com aproximadamente 450 leitos de UTI. A secretária Fátima Mrué ressalta que o número para adultos é suficiente, mas que existe a necessidade de ampliar o número de leitos neonatais e pediátricos.