O Ministério da Saúde mobilizou governadores de pelo menos sete estados, entre eles Goiás, para receber pacientes com Covid-19 vindos de Manaus. A capital amazonense vive uma crise sem precedentes com o avanço dos casos de Covid-19. Com número de internações batendo recordes e unidades de saúde sem oxigênio.

Em entrevista ao Sinal Aberto II, Ismael Alexandrino, Secretário de Saúde do Estado explicou como funcionará a logística da chegada desses pacientes.

“O quantitativo poderá chegar até 120 pacientes, foi o pedido que foi nos feito. Inicialmente viria uma remessa de 20 pacientes e a organização disso está sendo direcionada para o Hospital das Clínicas de Goiânia. O Doutro José Garcia tem coordenado internamente e esse é o planejamento”, afirmou.

O secretário também detalhou que o Estado não corre risco de ficar sem leitos disponíveis para atender a população goiana.

“Esses leitos que foram disponibilizados são leitos extras àqueles que nós já estamos disponibilizando na nossa rede. Então aquela taxa de ocupação atual em torno de 65, 66%, permanece dessa forma mesmo se vier esses pacientes. Recentemente inauguramos o Hospital das Clínicas na sua totalidade, de forma que hoje é uma unidade que tem pelo menos 300 leitos novos, isso é para além da estatística atual”, frisou.

Ismael Alexandrino ainda salientou que o Goiás fará o que “tiver ao seu alcance, para salvar os irmão brasileiros do estão de Manaus”.

Vacinação em Goiás

O secretário de saúde destacou que o estado está preparado para dar inicio a imunização dos goianos e revelou que a vacinação em Goiás está prevista para começar ainda neste mês de janeiro.

“Temos uma expectativa real de que na próxima semana iniciemos a vacinação aqui no estado de Goiás. Tem uma avião parado nesse momento parado no aeroporto de Recife, pronto para busca na índia a vacina da AstraZenica, da Oxford. O estado de Goiás já fez a aquisição de todos os insumos necessários, tantos das seringas, das agulhas, das redes de frios, para receber essas vacinas. Tivemos reuniões com todos os municípios e pactuamos algumas ações importantes como o quantitativo de salas, onde estarão essas salas de vacinação, horários de funcionamento, padronização do sistema e tudo que é necessário para que a vacinação seja exitosa”, salientou.

O Plano Nacional de Imunização Nacional prevê que a vacinação será divida por grupos, dando prioridade as pessoas idosas e profissionais que estão na linha de frente no combate a pandemia. Alexandrino explicou como será organizada a vacinação em Goiás.

“A vacinação será feita por grupos, da mesma forma que outras vacinas acontecem, é impossível vacinar todo mundo de uma vez, até porque existe a questão da limitação da capacidade produtiva. Assim que as remessas forem chegando, vamos ampliando os grupos. Inicialmente faremos a imunização dos idosos acima de 80 anos, profissionais de saúde e na sequência vamos abaixando a idade e ampliando”, declarou.

Eficácia da vacina

Sobre a eficácia da vacina e toda a polêmica em torno dos países em que a mesma tem sido desenvolvida, Ismael Alexandrino foi enfático ao dizer que a vacina é segura e que a população deve se vacinas assim que possível.

“A confiança é absoluta, a grande maioria dos medicamentos que existem hoje no Brasil e no mundo, são manufaturados na Índia ou até mesmo na China. O padrão de qualidade desenvolvido na Inglaterra do ponto de vista de manufatura é o mesmo da Índia, do Brasil… Isso é muito padronizado no mundo fundo a fora”, argumentou.

“É importantíssimo que a população assim que estiver no seu grupo do momento da vacinação, vacine! É uma vacina segura, ou seja, não foram relatados nenhum caso de efeito adverso grave, apenas efeitos adversos leves, tais como: febre baixa, dor no corpo e dor local, como acontece em outras vacinas também”, concluiu.

As vacinas aprovadas a até o momento apresentam diferentes índices de eficácia, no entanto o secretário de saúde ressalta que esses índices são suficientes para tirar o Brasil da pandemia.

“Há uma capacidade de imunização acima de 50% para algumas vacinas, acima de 70% para outras. A população pode achara que é pouco, mas para sairmos da pandemia não é, significa que 50% dos que adquiriram a imunização, 70% deles não vão ter a doença e dos que tiverem, 22% ficarão internados e zero óbitos. Então a vacinação é fundamental para tirarmos do status de epidemia global, ou seja, pandemia e irmos para um status de endemia que é aquilo mais ou menos previstos e sobretudo de evitarmos internações graves e óbitos”, explicou.

A previsão é que a imunização seja realizada durante todo o ano de 2020. Ismael Alexandrino ainda falou sobre o projeto de lei 20.960, que proíbe a vacinação obrigatória contra a Covid-19 em Goiás, sancionado por Ronaldo Caiado na última terça-feira (12) e informou que quem não for vacinado poderá sofrer algumas restrições.

“Sanções no ponto de vista de acessar um determinado local ou algumas viagens podem acontecer. Não vamos imputar nada compulsório a população, mas também pode ter alguma restrição de mobilidade e acesso a alguns locais”, revelou.

O secretário salientou que não há previsão de um novo fechamento das atividades econômicas, que o isolamento social rigoroso no início da pandemia, foi importante para expandir a rede de Unidades de Terapia Intensiva e isso foi feito. Na opinião de Alexandrino, o avanço dos números de casos de Covid-19 não estão sendo provocados pela flexibilização do isolamento e sim a por conta das eleições, das festas de fim de ano e dos eventos clandestinas que tem sido realizadas pela população.