Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (SMT) e de outras entidades que lutam pela reforma agrária ocuparam os prédios do Ministério da Agricultura e da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). Além de Goiás, ações semelhantes acontecem em outros estados brasileiros e pelo menos 50 países.

As ocupações fazem parte do Levante Unitário de Lutas, previsto para acontecer em todo o país entre os dias 14 e 18 de outubro. Uma das líderes do movimento, que participou do tomada dos prédios em Goiânia, Rosana Fernandes, explica as razões para as ações. “Estamos aqui para denunciar o modelo do agronegócio que não beneficia os trabalhadores, e sim, apenas os grandes e para buscar junto ao governo um orçamento maior para a agricultura familiar camponesa,” afirma.

Um dos líderes nacionais do MST, João Pedro Stédile, visitou os trabalhadores acampados na Sefaz. Ele também falou dos objetivos das ocupações. “A motivação original é que o dia 16 de outubro é o dia mundial do alimento. É por isso que não só aqui em Goiás, como em todo Brasil e em mais de 50 países do mundo, os camponeses estão mobilizados para lutar em defesa do alimento saído e contra essa forma de atuação do agronegócio de produzir com veneno,” argumenta.

De acordo com Stédile, o modelo de produção utilizado pelo agronegócio brasileiro está matando a biodiversidade, a natureza, e também, provocando câncer em quem consome os alimentos por conta dos agrotóxicos utilizados nas lavouras. Ele afirma que a única maneira da população fugir deste risco é consumindo produtos oriundos de camponeses.

Em Goiás, além das ocupações feitas em Goiânia, os camponeses também bloquearam as BRs 060, em Jataí, e 070, em Aragarças. A GO 164, que liga Mozarlândia a Nova Crixás foi interditada por mais de 300 pessoas.