Em visita ao Brasil na última semana, Malala Yousafzai defendeu a educação inclusiva. A ativista se encontrou com os ministros da Educação (MEC), Camilo Santana, e da Igualdade Racial, Anielle Franco. A paquistanesa esteve por aqui na última quinta-feira (25), juntamente com integrantes da Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala.

A ativista vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2014, aos 17 anos, apresentou o Fundo Malala. A organização surgiu em 2013. O objetivoé defender o direito de mais de 130 milhões de meninas no mundo por uma educação gratuita, segura e de qualidade.

Malala se encontrou com os ministros Camilo Santana e Anielle Franco em Brasília (Foto: Ângelo Miguel/MEC)

“Apoiamos 11 ativistas educacionais que abordam questões de gênero, raça e desigualdade social, fatores que afastam as meninas das escolas. E estamos dando foco a meninas de comunidades negras, indígenas e quilombolas, garantindo que as mais marginalizadas tenham acesso a uma educação completa e de qualidade”, reforçou.

O Fundo Malala, no entanto, surgiu depois da paquistanesa ter sido alvo de um ataque do grupo Talibã quando voltava da escola.

“A escola não deveria ser um espaço de medo. As pessoas deveriam se sentir protegidas quando vão pra escola e voltam pras suas casas”, disse Malala, em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo.

Fundo Malala

O foco da Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala no Brasil (Rede Malala) é garantir, principalmente, o direito à educação de meninas negras, indígenas e quilombolas de comunidades rurais e áreas urbanas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Além disso, o Fundo Malala apoia o desenvolvimento profissional e dá visibilidade ao trabalho de mais de 80 ativistas e educadores de dez países: Afeganistão, Bangladesh, Brasil, Etiópia, Índia, Líbano, Nigéria, Paquistão, Tanzânia e Turquia, que trabalham local, nacional e globalmente em defesa da educação para meninas.

No encontro, o ministro Camilo Santana defendeu a implementação de políticas públicas voltadas para uma educação equitativa e de qualidade, principalmente, para as meninas, principal bandeira da Rede Malala.

“A gente tem procurado construir as ações deste governo de forma intersetorial, envolvendo os ministérios, até porque a educação perpassa por vários ministérios deste governo, pelo Ministério da Saúde, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos, dos Povos Indígenas, do Esporte, da Cultura. Como várias das meninas disseram, a educação não é só a sala de aula. Portanto, é garantir cidadania, oportunidade e esperança para essa juventude e para nossas crianças do Brasil”.

Ademais, o titular do MEC agradeceu a presença da ativista no Brasil. Foi a segunda vez que Malala veio ao país. “Você que inspira gerações pela sua história, pela sua luta, principalmente, porque somos de uma geração que acredita que o grande caminho pra construir um país, uma sociedade melhor, mais igualitária, mais justa, não tem outro caminho, a não ser através da educação de qualidade e garantir educação para todo o povo”, concluiu Santana.

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